A abordagem sensacionalista do Correio da Manhã não surpreende, mas é impressionante o destaque que foi dado ao assunto da professora de Espinho, com reportagens exaustivas, nos noticiários da supostamente sóbria RTP2 e da SIC Notícias.
Num momento em que tantos problemas económicos e sociais arrasam a vida de milhares de pessoas, os incidentes verbais entre uma docente e uns alunos salta para as primeiras páginas dos jornais e surgem destacados nos noticiários.
Sensacionalismo que deixa os verdadeiros problemas da educação e do ensino por abordar. Ficamos pela espuma e pelo acessório.
Este sensacionalismo mediático, pela generalização que induz, é mais uma machadada na autoridade e imagem social dos professores, uma das causas da bandalheira que se vive nas escolas, com os resultados que se conhece.
O professor é o bode expiatório que a sociedade portuguesa escolheu para sublimar as suas insuficiências e irresponsabilidades, não se percebendo os danos que inflige à educação das crianças e jovens.
Não se entende que professores sem autoridade, descredebilizados socialmente, desvalorizados na carreira e desqualificados profissionalmente não conseguem fazer valer as suas propostas pedagógicas junto dos alunos, nas salas de aula. Começa por aí. Porque sabemos que são os alunos que mandam nas salas de aula. Trabalham quando entendem e têm a conduta que apetece.
Vamos pagar isto caro.
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