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«Independentemente das opções ideológicas e políticas de cada madeirense, a Autonomia é um valor comum e basilar da nossa vida colectiva, que nos situa política e culturalmente na Pátria.
A Autonomia é dinâmica, em dois sentidos. Primeiro, porque possui espaço para evoluir e aperfeiçoar-se sem colocar em causa a unidade nacional. Segundo, por ser um valor estruturante, não deve restringir-se ao conceito político ou à actividade político-partidária e governativa (poder). Deve ser derramado por todos os sectores de actividade neste arquipélago, de forma a ser vivenciado e interiorizado por todos os cidadãos e instituições. É a melhor defesa da Autonomia.
Cidadãos mais autónomos e auto-determinados gera uma sociedade mais empenhada, mais livre, responsável e empreendedora, capaz de, na medida das possibilidades inerentes à insularidade, ser capaz de comandar o seu destino, assumir opções e construir o futuro, da forma mais auto-sustentada possível.
Os desafios são imensos e a Educação assume um papel decisivo, para elevar os níveis de qualificação e as aptidões da população da Região. A sociedade madeirense ainda não assumiu a Educação escolar como prioridade, para além do horizonte imediato da sobrevivência material.
O conhecimento e a escolaridade continuam a ser desvalorizados e tarda a elevação dos níveis de qualidade da escola, em que a disciplina, o rigor, o esforço e uma atitude positiva perante o trabalho intelectual (escolar) são decisivos. Além da conquista de bem-estar, a Autonomia faz sentido para sermos melhores e mais competitivos.
A Madeira precisou de um braço-de-ferro para conseguir vantagens para a Madeira nos pós-25 de Abril de 1974, face a um certo centralismo arreigado. O essencial não é o estilo da reivindicação, mas o espaço negocial deverá ser privilegiado.
A Autonomia não é algo garantido nem se coaduna com ilusões ou facilitismos, que o bem-estar material das últimas duas décadas pode induzir.
Os líderes e as instituições, sem provocar pessimismo ou desistência, deverão preparar os madeirenses para os desafios, as exigências e as dificuldades, actuais e futuras, com base nos valores da Responsabilidade e do Trabalho.
A Autonomia deve procurar responder aos anseios da população madeirense, alguns dos quais são passíveis de serem concretizados e suportados pela própria Região.»
(Texto escrito na qualidade de dirigente do Sindicato dos Professores da Madeira, que serviu de base ao apontamento no Jornal da Madeira)
Bom texto. Creio que já era altura da autonomia deixar de ter uma cariz de confrontação e adquirir um cariz de cooperação, procurando ao mesmo tempo efectuar uma auto-avaliação e corrigindo erros que teimam em se perpetuar.
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