«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

quarta-feira, julho 01, 2009

Autonomia

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«Independentemente das opções ideológicas e políticas de cada madeirense, a Autonomia é um valor comum e basilar da nossa vida colectiva, que nos situa política e culturalmente na Pátria.

A Autonomia é dinâmica, em dois sentidos. Primeiro, porque possui espaço para evoluir e aperfeiçoar-se sem colocar em causa a unidade nacional. Segundo, por ser um valor estruturante, não deve restringir-se ao conceito político ou à actividade político-partidária e governativa (poder). Deve ser derramado por todos os sectores de actividade neste arquipélago, de forma a ser vivenciado e interiorizado por todos os cidadãos e instituições. É a melhor defesa da Autonomia.

Cidadãos mais autónomos e auto-determinados gera uma sociedade mais empenhada, mais livre, responsável e empreendedora, capaz de, na medida das possibilidades inerentes à insularidade, ser capaz de comandar o seu destino, assumir opções e construir o futuro, da forma mais auto-sustentada possível.

Os desafios são imensos e a Educação assume um papel decisivo, para elevar os níveis de qualificação e as aptidões da população da Região. A sociedade madeirense ainda não assumiu a Educação escolar como prioridade, para além do horizonte imediato da sobrevivência material.

O conhecimento e a escolaridade continuam a ser desvalorizados e tarda a elevação dos níveis de qualidade da escola, em que a disciplina, o rigor, o esforço e uma atitude positiva perante o trabalho intelectual (escolar) são decisivos. Além da conquista de bem-estar, a Autonomia faz sentido para sermos melhores e mais competitivos.

A Madeira precisou de um braço-de-ferro para conseguir vantagens para a Madeira nos pós-25 de Abril de 1974, face a um certo centralismo arreigado. O essencial não é o estilo da reivindicação, mas o espaço negocial deverá ser privilegiado.

A Autonomia não é algo garantido nem se coaduna com ilusões ou facilitismos, que o bem-estar material das últimas duas décadas pode induzir.

Os líderes e as instituições, sem provocar pessimismo ou desistência, deverão preparar os madeirenses para os desafios, as exigências e as dificuldades, actuais e futuras, com base nos valores da Responsabilidade e do Trabalho.

A Autonomia deve procurar responder aos anseios da população madeirense, alguns dos quais são passíveis de serem concretizados e suportados pela própria Região.»

(Texto escrito na qualidade de dirigente do Sindicato dos Professores da Madeira, que serviu de base ao apontamento no Jornal da Madeira)

1 comentário:

  1. Bom texto. Creio que já era altura da autonomia deixar de ter uma cariz de confrontação e adquirir um cariz de cooperação, procurando ao mesmo tempo efectuar uma auto-avaliação e corrigindo erros que teimam em se perpetuar.

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