Hoje, não há dúvidas de quem perdeu mais votos relativamente a 2005 foi o PS. Os mais beneficiados foram o BE e o CDS-PP, onde se concentrou uma série de votos de protesto, incluindo uma parte dos cerca de 140 mil professores e outros mais.
O PS perdeu os professores devido:
1. À atitude hostil e diabolizante da classe por parte da equipa ministerial da educação (José Sócrates escolheu-a e defendeu-a).
2. Aos cortes no salário, carreira e reforma.
3. À acentuada erosão da autoridade dos docentes.
4. Ao acentuar do laxismo e da irresponsabilidade juvenis.
Estes dois últimos factores, apesar de menos mediatizados e menos valorizados inclusive pelos sindicatos de esquerda, têm vindo a minar, progressivamente, as condições de ensino e de aprendizagem nas escolas (recordar o discurso de Barack Obama aos estudantes). Uma certa esquerda fecha os olhos à indisciplina, como se fosse inevitável e natural (chamam a isso ser progressista...), e ao seu pouco empenho na aprendizagem, como se esta acontecesse de forma espontânea ou apenas pela acção mágica do professor.
Juntar pior carreira, menos salário e pior reforma à erosão da autoridade docente e ao maior laxismo/facilitismo face à disciplina e ao trabalho dos estudantes foi de facto explosivo, com consequências por muitos bons anos.
Qualquer que seja a equipa ministerial que venha a seguir sofrerá, à priori, resistência dos professores. Terá de realizar um esforço muito grande, com medidas concretas, para voltar a conquistar a confiança dos agentes de ensino portugueses (recorde-se: E agora algo completamente igual).
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