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«Das nove cidades portuguesas, a capital madeirense é a que apresenta o maior rácio de maus tratos em casa [violência doméstica]: 6 por mil habitantes, numa lista com 98cidades europeias.» Diário 24.9.2008.
«A violência doméstica continua em alta na Madeira. De 1 de Janeiro a 30 de Setembro de 2009 deram entrada nos serviços do Ministério Público 780 casos de violência doméstica contra os 663 casos do período homólogo de 2008.» Diário 11.11.2009.
Dados recentes indicam que o maior número de queixas ocorreu na Região, refere o Diário de hoje (05.12.2009): «O número de queixas por violência doméstica aumentou 24,6 por cento na Madeira, em relação ao primeiro semestre de 2008, revela um relatório da Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI)».
Perante este último dado, Helena Pestana, presidente da Associação Presença Feminina, afirma que que isto «não significa novos casos de violência doméstica», mas sim uma maior confiança das mulheres para a denúncia.
No entanto, o que é importante relevar como facto é o número elevado de casos de violência doméstica na Madeira, que agora surge mais visível porque as vítimas resolvem denunciar. Antes era um número encoberto. E não sabemos que percentagem dessas vítimas ainda não tem confiança para denunciar os maus tratos em casa...
Independentemente de agora as denúncias serem em maior número, não deixa de ser preocupante e socialmente relevante o facto de a Madeira ser das regiões que mais casos de violência doméstica apresenta.
Um jovem polícia, vindo da área de Lisboa, referiu-me, há um par de anos, que enquanto na capital portuguesa a maiora das ocorrências se reportavam a furtos, no Funchal a presença requirida pela polícia era maioritariamente para situações de violência doméstica. Isto confirma as estatísticas dos últimos anos.
É um problema que está muito ligado ao elevado consumo de álcool - «quase metade dos agressores consume habitualmente álcool» (Diário 05.12.2009) -, mas não só. Até que ponto é cultural? Até que ponto tem a ver com as condições de vida na ilha e a insularidade? Aqui está um campo de estudo para perceber as motivações fundas dos agressores ou os gatilhos para a violência em casa.
Os mesmos cidadãos subservientes e odedientes para com tudo o que, em termos públicos, lhes cai em cima (e dos seus filhos), em casa actuam como pequenos ditadores e tiranos.
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