A noção de patológico de Júlio de Matos chegava à política.
[...]
Um republicano de direita. É assim que a historiadora Ana Leonor Pereira define ideologicamente Júlio de Matos. «Está mais do que provado em vários escritos que tenho dele», sustenta. «Neoliberal» e «ultra-seleccionista» são adjectivos que constam igualmente da definição avançada pela investigadora. Para o psiquiatra, segundo ela, os «socialistas, comunistas e anarquistas são doentes mentais».
[...]
Considerando «interessantíssima» a noção de patológico do psiquiatra, Ana Leonor Pereira nota que «é a própria historicidade» que a estrutura. O que explica então o facto de os socialistas, comunistas e anarquistas serem encarados como doentes mentais. «A doença mental é um anacronismo. É ter ideias que foram válidas noutros tempos mas que hoje estão fora de tempo», diz, veiculando o pensamento do médico que nasceu em 1857 e morreu em 1923.
«O proletariado vir dizer que é perseguido pelo capital - como está na teoria de Karl Marx - é paranóia. Estamos num Estado onde há polícia, instituições e os indivíduos não andam a ser perseguidos, logo isso é uma doença mental», conclui a investigadora, na pele de Júlio de Matos.
Os ideários em si, observa, além da patologia diagnosticada aos seus protagonistas, eram classificados de «delírios». O patológico era sustentado em três níveis. «Ele vai provar que ao nível do pensar, sentir e agir, o socialismo, o comunismo e o anarquismo são uma doença», enumera Ana Leonor Pereira.
[...]
Tempo Medicina, 17.11.2009
(c) photo
Nesse aspecto a Madeira está cada vez mais "saudável"...só não sei como classificaria o Júlio de Matos o nosso mais saudável lider!
ResponderEliminaramsf