Comunidade assiste à festa de encerramento do ano lectivo, em Junho findo, que viria a ser, afinal, a última
«Até Junho passado, a Escola do Jardim do Mar era o mais 'pequeno' estabelecimento de ensino do 1º Ciclo da Região», começa hoje por dizer o Diário, que torna público o encerramento daquela escola. No ano lectivo que agora terminou teve sete alunos. O pré-escolar encerrara no ano anterior.
Segundo explicou ao DIÁRIO o director regional do Planeamento e Recursos Educativos, Gonçalo Nuno Araújo, "as famílias dos pouquíssimos alunos restantes optaram e muito bem pela EB1 com PE do Estreito da Calheta onde encontrarão integração social, colegas e novas e melhores instalações. Pela primeira vez poderão saber o que é poder integrar uma equipa de futebol que concorre nos Campeonatos Escolares ou uma actividade artística de grupo. O que antes lhes estava vedado por… falta de colegas", acrescenta.
Estas vantagens ao nível da socialização e de oferta de actividades de enriquecimento curricular da escola a temnpo inteiro não seduziram os pais do Jardim do Mar há uns anos atrás (em 2008 a cena repetiu-se: Jardim do Mar decide manter escola). Recordar ainda O coração de uma comunidade.
Os pais do Jardim do Mar, com a Junta de Freguesia do seu lado, quiseram então os filhos na comunidade o dia todo, mesmo numa escola sem as condições modernas de outras. Mas, também sem alguns problemas de outras. Só o actual número reduzido de alunos levou os pais à rendição. Não foram seduzidos pelas vantagens da escola a tempo inteiro.
Disseram ao então Secretário Regional da Educação, Francisco Santos, há cerca de doze anos, que preferiam uma menor estimulação dos seus filhos (com a informática, o inglês, entre outras modalidades oferecidas nas escolas grandes e modernas) em favor de um desenvolvimento pessoal e social mais sereno, equilibrado e inserido na comunidade. Se todos os ganhos não eram possíveis, os pais optaram por defender aquilo que consideravam ser mais importante. Relativizavem, assim, certas vantagens da escola a tempo inteiro.
Agora, perante os cinco ou seis alunos que restariam este ano, ninguém contestou o fecho da escola. É a baixa de natalidade e a dificuldade de os casais jovens se instalarem na freguesia (custo da habitação) a marcar o destino deste estabelecimento de ensino.
As crianças foram já matriculadas então no Estreito da Calheta. O grande problema prende-se com o facto dessas crianças terem de circular duas vezes ao dia na estrada de acesso ao Jardim do Mar, com queda de pedras muito frequente (ver por favor o post Derrocadas frequentes no acesso ao Jardim do Mar e Pául do Mar 7).
Como pai de uma filha que fequentou a escola do Jardim do Mar até este ano, estou satisfeito por isso ter sido possível. Numa escola maior, o que mais me preocupa é a indisciplina, que não deixa os professores ensinarem nem os restantes alunos aprenderem. É um factor com peso significativo nos números do insucesso escolar. Que não pode ser mais ignorado (hoje é aprovado um Estatuto do Aluno no Continente que dá alguns sinais de mais exigência e menos facilitismo nos comportamentos e atitudes do estudante perante os outros e as tarefas escolares).
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