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Assim termina José Gil o artigo "O descaramento" na Visão desta semana: «Como quem manda agora é a troika e não os «cubanos», será que esta situação [na Madeira] terá um fim?»
Já o tínhamos dito: «quem vai (continuar a) derrotar Alberto João Jardim e o PSD-Madeira, nos próximos anos, não em 9 de Outubro próximo, é a troika».
Sem a troika, nada disto se saberia preto no branco. Pois, consigo perceber quanto agradecidos estão alguns concidadãos pelo trabalhinho da troika na Madeira, que a oposição nunca conseguiu fazer, sem desmerecer o esforço. É apenas a realidade.
A dívida não tira votos a ninguém, ainda por cima quando se alega que está à vista, na obra feita (bem ou mal, essencial ou supérflua, é outra discussão). O que vai tirar votos, no desgaste nos anos que se seguem, são as consequências concretas dessa dívida (não só a pública mas também a privada, não se esqueça), no dia-a-dia de cada madeirense. Por agora, está por provar que existem consequências, por mais que elas sejam evidentes pelos sinais que aí estão.
A natureza humana é assim: só quando sente na pele tem a real noção das coisas. Apenas o eleitorado que de algum modo antevê e antecipa as consequências poderá penalizar os responsáveis pelo endividamento brutal da Madeira (uma factura que se calcula de 23.500 euros por cada madeirense).
Além disso, uma coisa é a opinião pública e os comentadores outra coisa é o que pensa o eleitorado, cuja maioria não quer saber de política e dessas questões de dívidas e défices... e aposta tudo no carisma de um líder.
Há quem ainda avise que, se tivermos em conta os avales do Governo Regional às empresas públicas, a dívida ultrapassará os 7 mil milhões. A Região poderá ter de assumir os passivos de algumas empresas, dependendo da evolução da situação económica...
A crise internacional (subprime), os passivos nacionais, a dívida indirecta na República ou o ajuste de contas de Sócrates com Jardim por via da Lei de Finanças das Regiões Autónomas (o deputado do PCP António Filipe disse na passada sexta-feira que tal lei «muito particularmente prejudicou a Madeira») não servem, contudo, para justificar o endividamento excessivo e o não reporte dessa situação. Afinal, fez-se cá o que tanto se criticava lá em matéria de endividamento.
Não havia necessidade...
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