«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

sábado, novembro 03, 2012

Ansiedade oposicionista fez esquecer que, afinal, eram ambos social-democratas


Os dois candidatos à liderança do PSD-Madeira, Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque, eram afinal ambos social-democratas. Ao fim de quase 40 anos, a alternativa ao PSD é... o próprio PSD. Uma alternância. É o que temos.

Roberto Almada, líder do BE-Madeira, fez uma reflexão pertinente: «não se percebe que alguns sectores da nossa sociedade, historicamente oposicionistas do jardinismo, tenham vindo a público apoiar, ainda que indiretamente, a candidatura de Miguel Albuquerque», ele que é «co-responsável por todas as políticas erradas que Jardim e o seu governo implementaram».

Fora do PSD houve também entusiasmo oposicionista (alguns, entretanto, emendaram a mão), para ver Alberto João Jardim derrotado nem que fosse dentro do seu partido - o que interessava acima de tudo era reformar o homem, que tantos ódios e incómodos gerou ao longo de décadas - e para ver o PSD partido ao meio e fragilizado (dividir para reinar). Isto é, acontecer internamente o que a oposição cá fora nunca conseguiu fazer.

O PSD sai fragilizado, é verdade. Outros saberão testemunhar que as disputas internas quando descambam e se jogam na praça pública, num vale tudo, causam prejuízos duradouros nas instituições, na sua credibilidade e unidade. Very typical...

Trata-se de uma disputa partidária interna entre uma corrente mais tradicionalmente social-democrata e outra corrente mais (neo)liberal. Miguel Albuquerque é a corrente Passos Coelho no PSD Madeira à procura do poder.

Essa corrente Passos Coelho no Governo tem arrepiado o País... Será que vai arrepiar os madeirenses?

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Não esperava que, na conjuntura atual, a linha Passos Coelho perdesse por tão poucos votos (142) esta disputa eleitoral. A tese de Alberto João Jardim para essa curta margem é ter havido a união de todos aqueles que ficaram (ou ficarão) fora dos cargos e benesses ao longo de todos estes anos (os ditos ressabiados, desempregados políticos e futuros desempregados políticos). A tese de Miguel Albuquerque é o desejo de mudança no partido.

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