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Em entrevista a Miguel Esteves Cardoso na RTP, emissão em 9 de maio de 2013, o escritor e cronista diz, entre outras coisas, o seguinte:
«Há tantas coisas para fazer na vida sem amor [romântico por outra pessoa]. A vida em si é boa.»
«A sabedoria conduz à tristeza, a um pensamento triste, conduz à realidade e a realidade é uma coisa triste. O que é bom é distrair-mo-nos.»
Por outro lado, salienta, numa palavra, algo de muito importante e vital: «Sossego». Está sossegado quem pode e quem quer. Há quem tenha horror ao sossego e tenha de estar sempre em movimento.
«Eu tento pôr a vida por escrito. Para ficar escrita. É uma coisa que se aprende a escrever. Apanhar a vida e pô-la ali de maneira a que se guarde.» A literatura e os escritores aprofundam o conhecimento da vida e do ser humano. Mesmo a ficção, com espessura existencial, faz refletir e contém conhecimentos e ensinamentos preciosos sobre a natureza humana e a essência da vida - não é só a ciência que nos permite conhecer.
Como disse Milan Kundera, o «romancista não é nem um historiador, nem um profeta: é um explorador da existência», isto é, da descoberta de parcelas novas da vida humana. E a existência é o «campo das possibilidades humanas» (A Arte do Romance pp.27/58/60). Há coisas que só o romance pode dizer.
Outra entrevista recente (ao escritor Miguel Esteves Cardoso e à mulher), e muito melhor do que a da RTP (Fátima Campos Ferreira faz algumas perguntas que valha-nos Deus...), foi conduzida por Anabela Mota Ribeiro e publicada pela revista 2 do Público, em 21 de abril do corrente ano.
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