«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

segunda-feira, março 31, 2014

Martin Scorsese's The Wolf of Wall Street

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The Wolf of Wall Street é brutal, ousado, vertiginoso, sem panos quentes (cru), qualidade que aprecio num filme. Baseado em eventos reais, há dinheiro, sexo e drogas em quantidades industriais. A natureza humana no seu esplendor, potenciada pelos meios materiais e pelo poder.

Ao mesmo tempo que se simpatiza com a força, a resistência, as origens humildes e a ambição do protagonista (não se consegue antipatizar com Jordan Belfort interpretado por Leonardo DiCaprio) é chocante ver que não olha a meios para atingir os seus fins.

É elucidativo quanto à forma selvagem (prepadora) como funciona certo sistema financeiro, para enriquecimento de alguns, à custa de muitos - não se pode deixar de pensar na actual crise, que estamos a pagar, por causa da ganância (e concentração de riqueza) em termos absurdos e grotescos (regulação e legalidade precisam-se). Interessa acima de tudo vender bem, mesmo que seja lixo (produtos tóxicos), simplesmente enganando/roubando os outros com a maior das alegrias e naturalidade.

Grande filme realizado pelo mestre Martin Scorsese, sendo também produtor em parceria com Leonardo DiCaprio. Três horas que passam num instante. Saí da sala convencido que tinham passado apenas cerca de duas horas... pensei que o relógio do carro estava na hora antiga. Sai-se também da sala com muito para reflectir sobre o materialismo extremo (ter) e a valorização da imagem/personalidade/fama (acima do carácter ou do ser) porque o que importa é vender (parecer).

Hoje, vende-se, compra-se, vota-se e até se ama pela imagem, paleio e primeira impressão...

NOTA:
não estou aqui a fazer leituras inquinadas ideologicamente, nem a condenar o mercado (justo) nem o consumo (moderado), quando são positivos e benéficos para as pessoas, individualmente, e a sociedade em geral. Nem tão pouco a querer mal ao dinheiro, porque ele dá jeito e conforto, não sejamos hipócritas. E muito menos com falsos moralismos quanto às outras duas realidades salientes no filme, sexo e drogas, que são da conta de cada um. E viva a liberdade e as oportunidades para cada pessoa alcançar os seus sonhos e, no reverso da moeda, assumir as suas responsabilidades.

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Trailer

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