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O medo e a intolerância relativamente às ideias diferentes é a outra raiz que se encaixa na anterior. Os despoletadores do medo também têm medo. Medo de coabitar e conviver com essas ideias diferentes e a crítica, por mais fundamentadas que sejam. Por que razão os establishments por cá têm um medo especial de ideias diferentes?
Estes medos originais e primordiais propiciam e conduzem ao derramamento de medo sobre os demais, na tentativa de reprimir e eliminar as tais ideias diferentes, o minimamente exótico, excêntrico ou destoante, vistos como a causa de todo o mal. Ao ponto de qualquer discordância ou dissidência, em lugar de serem encaradas como algo normal e positivo na dialéctica democrática, serem diabolizadas das formas mais variadas e até pouco originais.
A História está cheia de exemplos de medo e intolerância face a ideias diferentes, que só o tempo vem provar a pertinência. E nem faz sentido a hostilização das ideias diferentes num mundo moderno, concorrencial e competitivo, de busca do melhor, da qualidade e da excelência, em que as ideias deveriam prevalecer pela sua pertinência intrínseca e não por outros factores secundários. É confundir o principal com o acessório.
Esta realidade é razão para ceder ao medo? Claro que não. Primeiro, porque vivemos num Estado Democrático e de Direito e, em segundo lugar, porque ceder às tentativas de instalar o medo, inclusive dentro das cabeças, o mais perigoso deles todos, é incentivar o medo. O medo combate-se activamente e não passivamente. O medo corta-se pela raiz.
Don't join the fear club.
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