Os comentários e as ideias são como as cerejas. Uma puxa a outra. Abre o apetite para a ingestão, no caso das cerejas, e para a reflexão, no caso das ideias.
Este foi um comentário do Olho de Fogo motivado pelas cerejas no post 120. Save the Waves toma posição sobre polémica:
«Nesta, como noutras matérias, é importante que a opinião pública - ao menos alguma dela- tenha acesso aos vários pontos de vista - ao menos a mais do que um- e argumentos em causa [e tome uma posição consciente e pela sua própria cabeça].
E isso não está a acontecer sobre a questão do episódio gerado (inflamado) a propósito de umas linhas escritas sobre o filme "Lost Jewel of the Atlantic".
O Olho de Fogo, sem espírito messiânico nem heroísmos, de uma forma descontraída e prazerosa, sem carregar o mundo às costas, sem pretender substituir ninguém ou falar em nome de alguém, faz o acompanhamento (crítico) possível desta matéria, que acompanhou de perto desde o seu advento.
Nalguns casos, tomando partido por este ou aquele argumento, dando razão a esta ou aquela parte, a este ou aquele lado.
Para além dos factos, pode haver posição e opinião, porque o Olho de Fogo não tem a pretensão de ser um órgão de comunicação social. Embora seja um espaço de divulgação e até de notícia, claro. Algumas vezes um espaço puramente factual, outras vezes com esforço de interpretação, comentário e opinião - que procura ser intelectualmente honesta e não fulanizante, ofensiva ou difamante. Assim procura balizar as coisas. É um estilo, uma opção. É algo que também se vai construindo e definindo. É um processo dinâmico, apesar da matriz de base definida.
E assim se faz a democracia, é verdade. Subscreve-se a expressão registada no comentário de Sancho Gomes. A liberdade de expressão é fundamental. Mesmo num lugar - fruto de certas radicalizações políticas - em que a liberdade de expressão, discordância, dissidência ou crítica tenham, reconhecidamente, adquirido significados radicais e sejam equiparados a ataque, sabotagem ou estar contra tudo e todos. Mostra quanto é frágil a tolerância e escassa a capacidade de encaixe de ideias diferentes e autónomas. Tudo o que se mexa é contra, é ataque.
Democracia participativa é os cidadãos poderem pronunciar-se sobre os assuntos que os implicam e lhes dizem directamente respeito, que alteram as suas vidas. Algo que deveria ser tão natural como respirar.
Caso contrário, continuará a ser uma sociedade infantilizada, não empreendedora, não autónoma, que conta sempre com uma figura tutelar para tudo pensar, tudo decidir, tudo fazer, tudo resolver e tudo providenciar.»
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