O Surf levou (leva) o nome, a cultura e as imagens da Madeira a todos os cantos do mundo - veja aqui um exemplo dessa promoção do exotismo da ilha. Por cá também se usam, institucionalmente (veja aqui exemplo, no site deste hotel), imagens de surf associadas à Madeira para promover o factor exótico. (Imagem neste post: revista Surfing, Agosto 1996)
Maio 2006:
É «utópico» «dizer que o turismo do surf é importante para a Madeira. É uma tremenda mentira. Não tem qualquer interesse nem em quantidade nem em qualidade.» (Gilberto Teixeira, Jornal da Madeira, Maio 2006: o artigo completo aqui )
Agosto 2006:
«Tudo interessa ao turismo como factor de divulgação de uma imagem ou de um nome com prestígio internacional como é a Madeira. Mau grado todas as promoções e esforços, às vezes a Madeira ainda é vista como uma ilhota espanhola. Até por autoridades da União Europeia…» (Gilberto Teixeira, Jornal da Madeira, 12 Agosto 2006: o artigo completo aqui)
Em que ficamos?
O potencial de divulgação da imagem da Madeira que proporciona o Surf «não tem qualquer interesse» (Maio 2006) ou «interessa» (Agosto 2006)? É consoante a estação do ano?
Ainda por cima o Surf apresenta duas vantagens:
1- Custo zero - não é preciso criar infraestruturas desportivas (basta não gastar dinheiro a destruir ou a danificar as ondas) e não é preciso subsidiar os praticantes de Surf para virem à Madeira surfar;
2- O Surf promove e preserva o exotismo, o património natural, o que é autêntico na ilha, precisamente o que procuram os turistas que nos visitam: exotismo, natureza, autenticidade.
O surf promove o exotismo, mas não o preserva por si só. De novo, exemplos há onde o surf trouxe hordas de turistas que vieram transformar os locais (diversos pontos da indonesia serão disso exemplo). Tudo depende de como os habitantes locais desenvolvem os projectos - não é apenas mais camas, mas também melhores infraestruturas viárias, tratamentos esgotos e águas residuais (estes têm uma importância directa no surf), enfim, que se promova um desenvolvimento sustentável, que não se esgote no proveito imediato mas que se prolongue a longo prazo.
ResponderEliminarQuem faz surf não é (infelizmente) ecologista por natureza - já vi muitos a deitarem lixo no chão. No geral, serão mais preocupados que o vulgar banhista, mas generalizar que todos se preocupam com o ambiente é falacioso.
O mais importante é que quem promova esses projectos de desenvolvimento tenha consciência de um âmbito mais global e que tenha consciência das transformações que os projectos acarretam e da melhor forma de preservar esse exotismo, natureza e autenticidade.
Absoluta razão. Surfista não é igual a ecologista. Julgando apenas pela realidade que conheço directamente há uma sensibilidade e uma tendência para respeitar a natureza fruto da própria actividade. A Save the Waves foi criada por um surfista e nasceu da necessidade de preservar os surf spots na Madeira face a diversas intervenções no litoral. Hoje tem acção em vários pontos do mundo. Mas, como em tudo, uma parte dos surfistas não terá grandes preocupações ambientais.
ResponderEliminarOutra preocupação que aprecio em muitos surfistas é a atitude no sentido de integrarem as comunidades (não causar alteração ou perturbação) e respeitarem/preservarem a cultura local. Outra vez, não podemos generalizar. Há exemplos do oposto. Sobretudo em destinos massificados.
Claro. E mesmo na Indo massificada, surgiram a Surf Aid International, com um papel muito importante em termos de cuidados médicos junto à população, e a Native Planet, que luta pela preservação cultural e ecológica (a qual, sem ser de surfistas, já fez projectos em conjunto com a Surf Aid).
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