«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

sexta-feira, setembro 15, 2006

34. Ante-estreia bem sucedida

Com a sala praticamente cheia (faltou o Governo e o PSD) teve lugar ontem à noite, no Cinemax, a ante-estreia do Lost Jewel of the Atlantic, com a presença do produtor do filme William Henry. No fim, o público estava comovido e sensibilizado com aquilo que tinha acabado de ver. Entre os espectadores estavam diversos madeirenses que participaram no filme-documentário sobre a Madeira.
O director da Save the Waves Coalition fez uma introdução, em português, antes de ser projectado o filme-documentário (a publicar no Olho de Fogo em breve e em texto bilingue).
Após a exibição do filme, seguiu-se um período de perguntas e respostas. Uma da questões colocadas foi se era possível repor as condições anteriores da costa do Jardim do Mar e de outros pontos da ilha, ilustrativo da tristeza e inconformismo que muitos sentem por se ter destruído um «tesouro natural». Uma galinha dos ovos de ouro que, para mais, dava projecção lá fora e rendimento económico à Madeira.
A possibilidade de acções legais foi debatida e William Henry confirma que serão dados passos nesse sentido pela Save the Waves.
Referiu que os projectos e as consultas públicas são envoltas em secretismo, argumentando que todas a pessoas, no Jardim do Mar, deveriam ter recebido uma carta sobre o projecto e a consulta pública do estudo de impacte ambiental. Para ser transparente, para que as pessoas lá fossem de facto. Alguém na sala referiu que só os profissionais, nomeadamente da política, andam à caça dos anúncios minúsculos que publicitam as consultas públicas, insuficiente para chegar ao conhecimento dos cidadãos em geral. Mesmo assim, as consultas de projectos são precedidas de vários obsctáculos burocráticos nos serviços da adminsitração pública.
Outro aspecto sublinhado foi a apatia e anestesiamento cívicos na Madeira, que é um fenómeno endémico, achamos nós, do qual há quem tire proveito. Não tem só a ver com a postura do próprio cidadão, mas também com a postura das autoridades governativas, que não dão espaço nem estimulam a participação das pessoas nos assuntos que lhes dizem respeito, bem pelo contrário.

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