Se querem cortar ainda mais nos salários, dispensem os professores e contratem robots, em vez de hostilizar e transformar pessoas de carne e osso em robots. Pode ser que assim se resolvam os problemas na Educação...
O Orçamento de Estado para 2007 prevê a redução de 343,5 milhões de euros em salários, no sector da Educação. Como o ensino e a aprendizagem fazem-se, basicamente, com recursos humanos (professores e alunos), achou-se por bem desinvestir nos agentes educativos (profissionais da pedagogia) que sustentam o sector no terreno. Toca a cortar nos salários e a baratear os custos do trabalho. Para melhorar a Educação, dizem eles, enganando os incautos.
Exige-se a esses recursos humanos mais trabalho, mais competência, mais mérito, mais tudo, mas menos carreira e menos salário. Querem pagar a pessoas como se o sistema educativo fosse uma fábrica cuja mão-de-obra é composta por robots. Há qualquer coisa que não vai bater certo. Eles sabem, mas contam que a maioria dos portugueses, sobretudo os pais dos filhos do insucesso, da selecção social e abandono escolares, não dêem conta das consequências no ensino.
Cortam nos salários provavelmente para investir no betão. O mundo caminha neste sentido: usar e exigir o máximo do trabalhador, pelo menor salário possível, pelo mais extenso horário de trabalho possível, com poucas condições de trabalho, diminuta protecção social e deitá-lo fora logo que não sirva. Ao ponto de a competência e o mérito não serem garante da manutenção do posto de trabalho. Welcome to the jungle.
Cartoon copyright Bill Browning 2004 www.mnispi.org
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