De que mais vai lembrar-se a equipa de Maria de Lurdes Rodrigues?
Até o Isto é uma espécie de magazine dos Gato Fedorento, na edição deste domingo, gozava com o Prémio Nacional de Professores, no valor de 25 000 euros, criado pelo Ministério da Educação. Diziam que a Fenprof tinha reagido dizendo que o valor do prémio serviria para ajudar as despesas com a psicoterapia.
(É triste, mas é a realidade. A brincar se dizem verdades. Os professores são grandes clientes de psicólogos e psiquiatras devido ao desgaste emocional que a profissão provoca. E há sempre gente convencida que ganham muito e trabalham pouco (Professores de luto e em luta 35: não ganham tanto nem trabalham tão pouco como dizem)... Que devem estar sujeitos a mais stress e pressão... a um horário mais pesado, como se 5 horas de aulas diárias, com dezenas ou centenas de crianças, equivalessem a estar as mesmas horas sentado a uma secretária... Quem conhece a realidade do exercício da profissão, como os próprios alunos, são peremptórios a não desejar para si a docência. Acham difícil «aturar», dizem eles...)
Contudo, o mesmo Ministério da Educação que hostiliza os professores («perdi os professores mas ganhei a população») vem agora dar-lhes um rebuçado que é puro veneno... Chega mesmo a ser ofensivo dadas as circunstâncias actuais de ataque à profissão. O Prémio Nacional de Professores ficaria bem em regimes de outra natureza, em que se procura comprar o silêncio e a obediência irreflectida. É o melhor que sabem fazer para valorizar os professores e melhorar a Educação?
O que outros têm dito sobre o Prémio:
ME gasta tanto em publicidade como no prémio "melhor docente"
O Ministério da Educação gastou mais de 21 mil euros a publicitar as suas propostas de alteração ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), numa altura em que ainda decorria a negociação com os sindicatos. Em causa está uma campanha em dois jornais cujo valor é praticamente idêntico àquele que o ME tem agora destinado para premiar o "melhor professor": 25 mil euros.
A 14 de Outubro, sábado, o jornal "Público" e o "Jornal de Notícias" publicaram nas suas edições, sob formato publicitário, 16 perguntas e respostas sobre as alterações propostas pelo Governo ao ECD. Segundo apurou o Jornal de Negócios, o ministério de Maria de Lurdes Rodrigues gastou, na altura, 21.052 euros com a respectiva campanha. Ao jornal "Público" foram pagos 9.680 euros, enquanto a despesa associada à divulgação no "Jornal de Notícias" saiu ligeiramente mais cara: 11.372 mil euros.
(Jornal de Negócios, 29.01.2007)
Fazia sentido se o resto estivesse bem; seria o chantilly em cima do bolo... se houvesse bolo! A Educação tem sido maltratada em termos curriculares, profissionais e bem-estar dos alunos. Como é que se pode valorizar um prémio se um professor é penalizado em termos salariais quando frequenta cursos de formação?
(Luís Represas, Correio da Manhã, 27.01.2007)
O Estado premiador
Prémios
Os prémios do ME
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