Quando se enaltecem as potencialidades educativas do desporto, como mais um argumento para justificar a canalização de dinheiros públicos para o sector, não se pode esquecer o potencial para deseducar.
No outro dia, uma mãe confessava-se escandalizada depois de ter acompanhado, in loco, uma sessão de treino do seu filho, inscrito num clube desportivo. A primeira reacção foi a de reterir o educando da prática desportiva. E porquê? Pela quantidade de calão e agressividade entre os praticantes, assumido com naturalidade pelos responsáveis.
O desporto, que supostamente deveria estimular valores e regras de convivência, disciplina e cooperação, além da competição individualista contra o outro, muitas vezes fomenta a ausência (e mau exemplo) de valores, intolerância e violência, seja ela verbal ou física.
Os pais deveriam estar mais atentos e acompanhar a prática desportiva dos seus educandos, saber se a formação pessoal é garantida e bem conduzida, para além do aprender a dar pontapés numa bola. Atente-se à formação do carácter e não se olhe apenas à competetividade e às capacidades técnicas.
O desporto pode formar e educar mas também deseducar. Nem sempre a um corpo são corresponde uma mente sã ou um carácter são. Forme-se o homem e não apenas o desportista, que dá jeito para ganhar as competições e angariar/garantir subsídios públicos aos clubes.
Recorde-se:
Política desportiva
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