«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

domingo, setembro 30, 2007

Menezes agridoce

Por alguma razão o PSD-Madeira não apoiou a candidatura vencedora de Luís Filipe Menezes, por mais que se relativize, por cá, a derrota do candidato apoiado pela Madeira social-democrata, Luís Marques Mendes.

O dado de que, na urbe, Filipe Menezes teve quase tantos votos quanto Marques Mendes, apesar da indicação da liderança regional em sentido contrário, revela que na zona rural a massa crítica (pensar pela sua cabeça) é menos presente e a obediência uma regra.

E o candidato de Gaia, além de não contar com o apoio institucional do PSD-Madeira, não teve mandatário, nem ninguém que assumisse publicamente, na Região, o voto na sua candidatura, como lembra o Diário de hoje.

O valor da unidade interna (valor da sobrevivência), a urgência da afirmação de uma alternativa de poder e a defesa do «princípio da unidade diferenciada», por parte de Luís Filipe Menezes, assegurará o cimento agregador indispensável. Mesmo que a contragosto de alguns.

Marques Mendes é mais centro, sóbrio e faz política com nobreza e fair play. Filipe Menezes é mais à direita, populista e adepto de caneladas para atingir os seus fins. Mais espontâneo mas também mais imprevisível (dispara para vários lados e ao mesmo tempo).

3 comentários:

  1. Sería interessante equacionar-se porque sendo Menezes um político nortenho, que sempre criticou o centralismo de Lisboa, tal como Alberto João Jardim, não foi, por esse motivo, apoiado por este?
    Se havia candidato de ruptura, esse era Menezes, e não Mendes. DE que tem medo Alberto João? De perder protagonismo?

    ResponderEliminar
  2. Nem mais...filhos únicos não gostam de quem lhes faça sombra! Perdoem-me os filhos únicos "normais"!

    ResponderEliminar
  3. Viva.

    Sendo Menezes um regionalista, a regionalização do país, com o consequente aumento do poder reivindicativo das várias regiões face a Lisboa, a Madeira perderá protagonismo e, mais importante, meios.

    Será mais uma região entre as outras, embora com um percurso e estatuto diferentes, atingida pela insularidade e ultraperiferia. No entanto, não esquecer que há regiões do Continente que se acham menos desenvolvidas do que a Madeira.

    Nesta matéria da regionalização, Menezes e Sócrates estão de acordo. A não ser que o novo líder social-democrata dê o dito por não dito.

    E mais do que isso, nós nunca gostamos daqueles que têm alguns dos nossos defeitos. Obriga a outro registo na relação com essas outras pessoas, porque sabemos que determinadas estratégias não terão eco do outro lado.

    Saudações.

    ResponderEliminar