A visita de agentes policiais à sede do sindicato de professores, na Covilhã, além de ser, como diz o secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, «um atentado claro e inequívoco à democracia», é uma estratégia desnecessária e embaraçosa para o Governo.
Há uma clara vontade de controlar mais a actividade dos sindicatos mais interventivos (incómodos, activos, mais representativos ou com maior número de associados) e, no fundo, ter maior controlo sobre os cidadãos.
Sabemos ainda que as posições estão extremadas entre os sindicatos e o Ministério da Educação, também muito por culpa da entidade governativa, que extremou desde cedo as suas propostas. A sociedade, aos poucos, vai perceber o impacto de certas políticas na Educação. Mesmo que tarde.
Dito isto, não significa que se concorde com o tipo de manifestação que envolva insulto ou achincalhamento de pessoas quando se procura marcar uma posição, por mais razão que se tenha.
E os professores, os profissionais da pedagogia, têm razões objectivas para contestar certas políticas de desinvestimento na Educação e nas suas condições de trabalho. Mas, não é só a questão de ter ou não razão.
Mahatma Gandhi e Martin Luther King, já inspirados pela desobediência civil (livro: Civil Disobedience) de Henry David Thoreau (1817-1962), deixaram um grande legado sobre o poder da resistência pacífica. Só a presença dos manifestantes, em silêncio, marca uma posição, sem dar argumentos ao outro lado de que há insulto, injúria, difamação ou achincalhamento públicos.
Além do mais, resistentes/manifestantes pacíficos, passam uma imagem mais positiva e construtiva para a opinião pública. E até levanta mais curiosidade.
Escreveu Thoreau: «If the law is of such a nature that it requires you to be an agent of injustice to another, then I say, break the law. Let your life be a counter friction to stop the machine.»
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