Imagem de Miguel Puga/NFactos 23.9.2008
«O dever de um Governo, hoje, já não é apenas proporcionar formalmente o direito à educação. O dever de um Governo é proporcionar uma boa educação. Foi por isso que avançámos com este projecto [e-escolas]», disse José Sócrates, na entrega dos primeiros exemplares do computador Magalhães, destinado a alunos do 1º ciclo.
Eis uma tremenda ilusão do nosso primeiro-ministro, pelas razões já dissecadas num outro post: Programa e-escolas, que proveito?
Ninguém nega a importância das novas tecnologias, bem pelo contrário, mas daí até serem sinónimo de ou caminho mágico para a «boa Educação» vai uma grande distância.
Os instrumentos, o contexto familiar, os recursos humanos-docentes, as pedagogias, as didácticas, as condições das escolas, entre outras variantes próximas mas laterais, têm a sua influência no sucesso escolar dos estudantes, mas nenhuma delas tem o peso que tem o trabalho e a disciplina por parte de quem aprende, núcleo do qual depende, essencialmente, o sucesso na escola ou na vida.
Ao embarcar neste tipo de ilusões José Sócrates governa mesmo à esquerda. Ou então está apenas vender o seu peixe, iludindo os portugueses, agora que se aproxima 2009.
Dá tanto jeito que o primeiro-ministro até anunciou a alargamento do e-escolas aos alunos do 2º ciclo. Recordar a propósito quem ganha muito com isto: Programa e-escola, o outro lado.
Como nos sublinhava alguém, o Magalhães, distribuído hoje com pompa e circunstância, não vem equipado com o sistema operativo mais recente, o Windows Vista, que está, no entanto, a completar dois anos de existência.
São estes mesmos governantes, que andaram pelas escolas a posar para a fotografia na entrega dos primeiros Magalhães, num acto claro de propaganda, que depois acusam Alberto João Jardim de populismo e inauguracionismo...
Sem comentários:
Enviar um comentário