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«O Partido Socialista para se manter no poder, o meio que mais utiliza é coarctar a liberdade das pessoas. A nossa democracia, não me canso de dizer, está muito doente. Não foi para isso que houve uma Revolução de Abril», afirmou Manuela Ferreira Leite, na sua primeira visita à Ilha do Faial, nos Açores.
Vitalino Canas, do PS, retorquiu: «Creio que a doutora Manuela Ferreira Leite devia estar a pensar na Madeira, porque se há alguma região autónoma onde pode estar em causa às vezes a liberdade democrática, o respeito pela liberdade do cidadão é na Madeira.»
Podemos ver esta questão de dois prismas:
Para os corações socialistas e anti-PSD em geral, a resposta invocando o caso da Madeira é oportuna, entala o PSD nacional numa aparente contradição e, supostamente, encerra o assunto.
Mas não, não cala o assunto. Se a Madeira é acusada de mau exemplo, esse exemplo não justifica que o Governo da República o procure imitar de algum modo.
Por outro prisma, podemos ajuizar o seguinte: a existência de um clima de medo e restrição de liberdades é uma falta grave para aqueles que estão sempre prontos, recorrentemente, a acusar a Madeira de défice democrático, democracia musculada, ausência de liberdades, entre outros.
Resumindo, uns mais iguais do que os outros, mas iguais. Poder é poder. E poder absoluto quer-se manter no poder absolutamente. É mais dado a certos tiques e manias de controlo porque fica inebriado e poder-dependente.
Moral da história: como diz a canção Poder de José Mário Branco [Resistir é Vencer, 2004], «poder/Quem o tem, tem ascendente/Poder/Quem o tem, faz-se valente/Bem usado/Mal usado/O poder é sempre prepotente.»
Recordar:
Cheira ao medo do "antigamente"... 2
Claustrofobia democrática 2
Claustrofobia democrática 4
Claustrofobia democrática 7
Claustrofobia democrática 9
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