Será que Maria de Lurdes Rodrigues não atingiu um ponto de não retorno?
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As medidas anunciadas pela ministra da Educação, hoje, resumem-se a isto: eliminar a descrepância entre a área disciplinar dos avaliadores e a dos avaliados; desburocratizar alguns procedimentos, em que se inclui a simplificação de alguns documentos e dispensa (temporária) da utilização dos resultados dos alunos para a avaliação; reduzir a sobrecarga de trabalho (menos reuniões, observação de duas aulas em lugar de três e a pedido do avaliado).
Mais vale tarde do que nunca, mas ter-se-ia evitado o extremar de posições, tanto desgaste e conflitualidade, tantos danos para o ensino, o ponto de não retorno, se a ministra tivesse percebido as dificuldades dos sindicatos face ao elevado descontentamento dos professores no terreno. Pensou sempre que a constestação dos professores se devia a um incitamento sindical, que era algo politizado e conduzido.
Agora, poderá ser tarde. Os partidos da oposição insistem na suspensão do modelo de avaliação e a plataforma que reúne todos os sindicatos de professores alinha na mesma solução. O movimento de professores PROmova diz, ao que chama de SIMPLEX II, apenas isto: «por favor, Senhora Ministra, ESQUECEX». Pelas razões que explicita.
Paulo Guinote coloca questões: Algumas dúvidas ainda por esclarecer e Implicações do simplex.
Maria de Lurdes Rodrigues levou demasiado tempo a reconhecer as dificuldades de aplicação do modelo de avaliação ao ponto de perder o apoio dos conselhos executivos, os representantes do Ministério da Educação nas escolas.
Porquê só agora a ministra optou pela audição alargada de todas as partes envolvidas? Diz que foi precisa a «ponderação da experiência», que «não era possível rever antes de aplicar», como se precisasse de tanto tempo para perceber o que tantos lhe diziam há imenso tempo, com a experiência no terreno. Só a arrogância do "quero, posso e mando" tornou cego e surdo o Ministério da Educação.
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