Alguém acredita que Manuela Ferreira Leite desejaria uma ditadura, sobretudo quando já se têm democraturas por aí?
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Se é certo que, na política, as palavras têm de ser bem medidas, está-se a dramatizar a ironia de Manuela Ferreira Leite quanto à supensão da democracia para um governo autoritário poder concretizar as reformas sem obstáculos e maçadas cívico-democráticas como o diálogo e a negociação.
A dramatização serviu tanto ao PS como ao social-democrata ressabiado Luís Filipe Menezes, que têm em comum o facto de quererem deitar abaixo a actual líder do PSD. Uma aliança táctica.
O PS não perdoa o facto do PSD ter reconhecido razão aos professores quanto aos problemas que o actual modelo de avaliação está a provocar nas escolas, como foi agora reconhecido pelos conselhos executivos dos estabelecimentos de ensino.
É preciso analisar as palavras em contexto, eticamente e com honestidade intelectual. Alguém acredita que a social-democrata desejaria uma ditadura, sobretudo quando já se têm democraturas por aí? Se querem drama a sério, então façam estardalhaço sobre essas democraturas.
Quando se esperarava que o PS viesse confrontar Manuela Ferreira Leite com a social-democracia que não ouve as oposições, não respeita e espezinha as minorias, que não dialoga nem negoceia, que não ouve os outros, que pensa ter sempre a razão toda ou ser dona da verdade, que faz questão do "quero, posso e mando", que age contra a Constituição e a legalidade se "necessário"... - para logo depois o governo socialista ser acusado de volta de algumas dessas mesmas atitudes de negação democrática -, tal estratégia foi preterida em favor de um dramalhão insuflado, para desviar as atenções dos problemas que enfrenta o governo PS, nomeadamente na Educação, onde reina a imposição de cima para baixo, como se não vivessemos em democracia.
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