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segunda-feira, março 23, 2009

Eleições SPM 2009 II: contradições

Se João Sousa assumiu que convinha aos professores as promessas, orientações e/ou programa do PSD para a Educação, nas eleições de 2007, como pode reunir as melhores condições para negociar e reivindicar com esse mesmo governo matérias de teor educativo?
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O colega professor André Escórcio, por quem tenho muita consideração pessoal e profissional, bem como pelos elementos da candidatura que integra, declarou hoje o seu apoio público a uma das já declaradas (não oficializadas) listas à liderança do Sindicato dos Professores da Madeira. Aquela que é encabeçada por João Sousa.

No entanto, não referiu que faz parte dessa mesma candidatura. Integrar uma candidatura é apoiá-la. Não se precisa de o declarar. Tal como eu não preciso de declarar apoio à candidatura liderada por Marília Azevedo, CADA VEZ MAIS PERTO, que integro.

Afirma, no mesmo texto, que «hoje exige-se um Sindicato pró-activo, atento e que pelas suas iniciativas seja ouvido e respeitado pelo poder.» Isto vai, totalmente, ao encontro da filosofia da recandidatura de Marília Azevedo, actual coordenadora do SPM, e contrasta com a orientação mais radicalizada da candidatura de João Sousa - alega postura branda da actual direcção, de que faz ainda parte -, para a luta dos professores e para a relação com esse poder.

No entanto, André Escórcio não refere que a «equipa liderada por João Sousa», actual vice-coordenador do SPM, note-se, talvez não reuna as melhores condições para fazer com que o sindicato seja «respeitado pelo poder», por posturas assumidas no passado recente:

«Há outros sinais inquietantes. Um deles não é seguramente o de se saber quem será o vencedor das eleições antecipadas, até porque as sondagens efectuadas apontam para um claro e inequívoco vencedor [o PPD/PSD] . Valha-nos isso! É menos uma inquietação.» (Revista Prof 74 p21, logo antes das Eleições Legislativas Regionais antecipadas de Maio de 2007)

João Sousa assumiu, nesta declaração e postura, pouco tempo antes das eleições regionais de 2007, que não acreditava na capacidade do partido socialista madeirense (e de outros partidos além PSD), para resolver certas questões da Educação, como o Estatuto da Carreira Docente da RAM, que então estavam sobre a mesa.

Ou seja, para resolver as questões da Educação, o partido socialista não servia e até se deram graças antecipadas pela então vitória certa do PSD. Agora, o deputado socialista André Escórcio, elemento da candidatura, já convém às lutas sindicais que se irão travar, precisamente, com a governação PSD como interlocutora. Para bater uns, para governar outros.

Se João Sousa assumiu que convinha aos professores as promessas, orientações e/ou programa do PSD para a Educação, como pode reunir as melhores condições para negociar e reivindicar (ainda por cima com mão dura) com esse mesmo governo matérias de teor educativo?

Nota:
É claro que os membros das duas candidaturas à liderança do SPM, anunciadas até ao momento se estimam e pretendem esgrimir, politicamente, divergências e argumentos, com a elementar elevação, sem pessoalizar as questões. É redundante estar sempre a declará-lo. O importante é continuar a praticá-lo.

A propósito:
Clareza e transparência
Eleições ao SPM I: candidatura "alternativa" divulgada

Cada vez mais perto
Órgão de informação da candidatura de Marília Azevedo

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