É claro que os professores, deixados sozinhos, têm também de unir-se para forçar os responsáveis, desde cima a baixo, a tomar medidas e a fazer o que lhes compete quanto à indisciplina e violência na escola
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«[O]s professores (ou pelo menos aqueles dignos de assim serem chamados) deviam unir-se para mudar o estado das coisas. Já vimos que os professores são capazes de mobilizar-se em torno de causas que consideram verdadeiramente importantes como, por exemplo, a progressão na carreira e a questão da sua avaliação.
Eu, como cidadã e como mãe, gostaria de ver os professores unidos pelo respeito pela sua autoridade, e pelo correcto exercício dela. Considero que não abona a favor dos professores que não lutem por isto, que é o cerne do ensino, como lutam por alguns dos seus direitos.
Compete, também, aos professores, se for necessário, lutar por contrariar a podridão que Marques da Silva [Carta do Leitor no Diário de 15.03.2010: decorrente do facilitismo e permissividade, o «resultado foi a Escola, em muitos casos, oferecer à sociedade indivíduos ignorantes, incompetentes e malcriados»] aponta na sua referida carta. Estou convencida que os pais - aqueles que se esforçam por exercer essa função de forma séria - e toda a sociedade civil, os apoiariam. Ficassem os politicamente correctos e os pedagogos de meia tijela a falar sozinhos! Neste momento o poder está na mão deles porque todos nós deixámos...
Conheço imensos professores. Alguns são excelentes, na sua maioria são honestos, sérios e trabalhadores. Querem cumprir a sua missão (ensinar!) e fazer o que está certo, mas frequentemente acabam por desistir. Às vezes são as próprias direcções das escolas que "não querem problemas", ou a Secretaria da Educação que não toma medidas (se calhar porque não pode).
Assim, alguns pais usam o "bullying" para que nada toque ou perturbe o percurso escolar dos delinquentes de amanhã, o sistema protege-os e nós todos vergamo-nos. A mensagem que passa é bem clara: o que está a dar é insultar e ameaçar, e o resto (comportamento, saber, trabalho, competência, esforço, honestidade, etc.) pouco importa. Esta mensagem, aliás, faz eco na nossa sociedade em muitas outras situações...
Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes. O 25 de Abril trouxe-nos liberdade. O exercício da liberdade não pressupõe um vazio de autoridade. Já vem sendo mais que tempo de os portugueses compreenderem que a autoridade é necessária e faz falta. Depois, só nos faltará exigir às autoridades que as sejam efectivamente. Mas isso já é outro assunto.»
Diário 16.03.2010
Diana Rodrigues
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«[O]s professores (ou pelo menos aqueles dignos de assim serem chamados) deviam unir-se para mudar o estado das coisas. Já vimos que os professores são capazes de mobilizar-se em torno de causas que consideram verdadeiramente importantes como, por exemplo, a progressão na carreira e a questão da sua avaliação.
Eu, como cidadã e como mãe, gostaria de ver os professores unidos pelo respeito pela sua autoridade, e pelo correcto exercício dela. Considero que não abona a favor dos professores que não lutem por isto, que é o cerne do ensino, como lutam por alguns dos seus direitos.
Compete, também, aos professores, se for necessário, lutar por contrariar a podridão que Marques da Silva [Carta do Leitor no Diário de 15.03.2010: decorrente do facilitismo e permissividade, o «resultado foi a Escola, em muitos casos, oferecer à sociedade indivíduos ignorantes, incompetentes e malcriados»] aponta na sua referida carta. Estou convencida que os pais - aqueles que se esforçam por exercer essa função de forma séria - e toda a sociedade civil, os apoiariam. Ficassem os politicamente correctos e os pedagogos de meia tijela a falar sozinhos! Neste momento o poder está na mão deles porque todos nós deixámos...
Conheço imensos professores. Alguns são excelentes, na sua maioria são honestos, sérios e trabalhadores. Querem cumprir a sua missão (ensinar!) e fazer o que está certo, mas frequentemente acabam por desistir. Às vezes são as próprias direcções das escolas que "não querem problemas", ou a Secretaria da Educação que não toma medidas (se calhar porque não pode).
Assim, alguns pais usam o "bullying" para que nada toque ou perturbe o percurso escolar dos delinquentes de amanhã, o sistema protege-os e nós todos vergamo-nos. A mensagem que passa é bem clara: o que está a dar é insultar e ameaçar, e o resto (comportamento, saber, trabalho, competência, esforço, honestidade, etc.) pouco importa. Esta mensagem, aliás, faz eco na nossa sociedade em muitas outras situações...
Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes. O 25 de Abril trouxe-nos liberdade. O exercício da liberdade não pressupõe um vazio de autoridade. Já vem sendo mais que tempo de os portugueses compreenderem que a autoridade é necessária e faz falta. Depois, só nos faltará exigir às autoridades que as sejam efectivamente. Mas isso já é outro assunto.»
Diário 16.03.2010
Diana Rodrigues
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