Homem de ruptura, demasiado para um País tacanho. Por isso acabou da forma que se sabe |
Por isso teve o fim precoce que teve. Era incómodo para a cultura amorfa e situacionaista de um País que nunca se soube cumprir depois da Revolução do 25 de Abril. Nunca soube (nem quis) reestruturar-se e mudar.
«Essa necessidade de celeridade absoluta também se devia “ao sentimento premonitório de que iria morrer cedo, tal como confessou a vários amigos e aliados políticos”», refere o autor da respectiva biografia sobre a urgência de viver de Francisco Sá Carneiro. O País, esse, prefere o adiamento e a paralização do que a urgência e a mudança.
Somos um País adiado por políticos de meias-medidas, apostados em manter a mediania, o status quo e os tachos, em lugar de arriscar e criar rupturas que abram janelas de possibilidades e oportunidades aos portugueses. As rupturas não interessavam (não interessam) à mentalidade instalada que tudo paralisa. Portugal é um pântano, com demasiadas criaturas pantanosas.
Esta mentalidade das meias-tintas, da mediania covarde e dos consensos balofos e castrantes, em que a política é um meio para servir-se em lugar de servir o País, pede uma outra revolução, se as outras vias meritórias se esgotarem.
Falta cumprir o 25 de Abril porque uma revolução com cravos pode ser bonita e romântica, mas não mudou o essencial que deveria ter mudado. Fica instalada a corja do costume, ficou encrostada a mentalidade tacanha de sempre. Nem fazem nem deixam fazer.
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