Governar a Madeira sem dinheiro e debaixo da troika, em profunda austeridade, será um castigo para o novo Governo Regional após 9 de Outubro: impostos a subir, desemprego a duplicar, portagens na via rápida, fim de monopólios, fim dos subsídios ao futebol e por aí adiante.
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Intitulei há dias um post de De buraco em buraco até ao buraco final. Hoje o Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal acusaram hoje a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas.
Em causa estão vários encargos que a Madeira assumiu desde 2003, tendo escondido das autoridades estatísticas mais de mil milhões de euros nos últimos três anos: 140 em 2008, 58 em 2009 e 915 em 2010, perfazendo um total de 1113 milhões de euros.
Somando 1113 milhões aos já detectados 500 milhões pela troika relativos a 2011 são 1600 milhões, com impacto na dívida pública portuguesa. Teme-se a reacção dos mercados.
A governação madeirense ignorou a referida nova Lei de Finanças das Regiões Autónomas com o argumento de assegurar a continuidade dos investimentos em curso. Agora o Governo Regional atribui a culpa a essa Lei de Finanças aprovada pela governação de José Sócrates, de 2008, que cortou financiamento, embora estejam em causa encargos que remontam a 2003, ainda durante o Governo de Durão Barroso.
A situação já foi apelidada de «grave» e «sem compreensão» pelo Primeiro-Ministro, remetendo para o eleitorado madeirense a responsabilidade de fazer o julgamento no quadro democrático, desafiado que foi por José Seguro para retirar a confiança política em Alberto João Jardim.
Como já disse antes, depois dos benefícios, é hora de os madeirenses assumirem os prejuízos e responsabilidades.
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