Não endividar-se é o mais seguro e sensato, segundo Nassim Nicholas Taleb, um dos poucos que previram a actual crise financeira. Voltamos a velhos valores da nossa cultura mediterrânica em que comprar sem ter o dinheiro efectivo para o pagar era visto como algo negativo.
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Nassim Nicholas Taleb aconselha as pessoas a diminuir as suas dívidas e a recusar financiamento, tal como acontecia com os povos mediterrânicos, em que o endevidamento era encarado como algo negativo. No seu entender, gera um crescimento menos rápido, mas mais seguro e robusto. É regressar a esses valores que o autor defende. A melhor forma de lidar com a imprevisibilidade.
«Let's go back to roots. Let's do real things. Let's have more transparency, fewer complicated products we don't understand. Let's generate economic growth by old traditional ways, let's favor technology companies, let's not favor all this financial bulls. Because it was a Ponzi scheme [na origem da actual crise financeira, económica e social], I don't know any other way to call it.» (Time, 24.10.2008)
Isto significa contrariar as práticas mais recentes ligadas a enormes dívidas, financiamento e riqueza especulativa, e apostar mais na poupança ou investir em produtos financeiros de pouco ou nenhum risco.
Parece dar mais razão a figuras como Manuela Ferreira Leite, que defende e prioriza a diminuição da dívida do país e do ritmo do investimento público, do que àqueles que defendem o investimento público em grande escala para diminuir o desemprego a breve trecho, com o consequente aumento da dívida externa de Portugal.
«Individuals [e os Estados, diríamos também] should think about the worst-case scenarios and plan for them. The world will be crazier than you think it will be. Put money away, and then you can live with much more freedom.» (Newsweek, 24.11.2008)
Acabou de ser lançado no nosso país o livro O Cisne Negro da autoria de Nassim Nicholas Taleb.
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