«É verdade que sempre custou deixar o divertimento e a ausência de horários rígidos do Verão, para começar a levantar cedo e a preparar testes, mas agora a situação está diferente. Educados com pouca exigência por pais indulgentes, os jovens de hoje privilegiam cada vez mais a cultura do descanso e do lazer. Centrados na Internet» e na «imagem». Escreveu Daniel Sampaio (Público 14 de Setembro de 2014).
Refere ainda que a «indisciplina na sala de aula é um signo desta geração de estudantes» porque também a «vivência escolar [local de esforço e trabalho] é, para os mais novos, totalmente oposta ao seu quotidiano». Verdade.
O «mundo mudou», mas sempre mudou e sempre mudará, havendo referenciais éticos, relacionais e sociais que são de qualquer tempo do mundo civilizado (!) e não podem ser negociados, em risco de voltarmos à vida selvagem.
Os adultos (desde pais a governos - estes em função do popular e do voto) demitiram-se, parcial ou totalmente, de constituir tais referenciais civilizacionais para os mais novos, sobretudo no chamado mundo ocidental.
O mundo mudou, pois, mas por acaso o mundo do trabalho está a mudar para ganhar mais e fazer menos? Bem pelo contrário: então pense-se bem para que mundo («descanso e lazer»...) se está a preparar os mais novos... Um dia batem de frente com a realidade. Por mais que se fuja da realidade, ela um dia vem ter connosco porque é incontornável.
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A propósito:
Endémica recusa da realidade: o que dá é não fazer nada
«Fugimos a defrontar-nos com a realidade nua e crua»
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