Após um interregno de meia dúzia de anos, voltou a decorrer o processo eleitoral nas escolas para eleger as direcções (conselhos executivos). E há mais um silêncio inexplicável. Ninguém se vangloria pela eleição nas escolas. Ninguém destaca essa conquista legal, constitucional e democrática, o culminar de anos de luta, no momento em que ocorre no terreno. Esta é uma terra de silêncios e murmúrios.
Interprete-se o silêncio e chega-se a conclusões interessantes ou preocupantes, conforme se prefira colocar. Provavelmente, haveria o mesmo ar de normalidade se não existissem os processos eleitorais. A capacidade de esquecimento e de habituação no meio do Atlântico é fantástica. Deve ser da acção corrosiva da maresia...
Não importa se os actos eleitorais decorreram com restrições de acesso a candidaturas, se com listas únicas, se elegendo os nomeados de sempre dos últimos anos. Seja como for, houve eleições. E isso foi uma conquista enorme. Haveria que o valorizar.
Em algumas escolas houve mais do que uma lista, apesar de tudo. Em algumas ganhou mesmo o sangue novo. E isso constitui uma balão de oxigénio de democracia, independentemente do que se faz com ela, isto é, da qualidade que lhe damos. Mesmo as listas únicas têm de confrontar-se com votos em branco e votos nulos.
Quem manda numa instituição como a escola é saudável confrontar-se com resultados eleitorais, mesmo que seja a contragosto. Como se educam os alunos na cidadania e na democracia se a escola não constitui exemplo disso? E houve tanto contragosto em ir a eleições... Tanta conivência durante estes anos todos... Tantos "democratas" bem instalados nos confortáveis processos de nomeação...
Recorde-se, a propósito deste silêncio, outro silêncio, um Silêncio Santo.
Continuamos na mesma. Conselhos directivos com exclusividade para a classe docente. Os alunos ou os seus representantes (pais) aqui não piam nada. Apenas têm de pagar os impostos para alimentar este sistema.
ResponderEliminarOs eleitos pelo povo, que deveriam definir a politica educativa também não têm nada a dizer. ACHO MAL.