A diferença do que acontece em França e Espanha relativamente a Portugal...
O nosso país andou sempre desfasado da Europa. A forma como se está a tratar os professores em Portugal é mais uma confirmação da nosso atraso e pequenez. Enquanto outros reconhecem o trabalho dos professores e gastam até dinheiro em campanhas de valorização dos docentes (ver post Professores de luto e em luta 19: campanha para valorizar os professores... em Espanha) a nossa ministra da Educação e a sua equipa dão-se ao luxo de os «perder»... para ganhar a opinião pública. Ora, experimente Maria de Lurdes Rodriques melhorar o sistema de ensino com a sua opinião pública. A opinião pública que vá dar aulas para as escolas. Não se sabe como, já que muitos nem os filhos conseguem educar..., obstaculizando depois o processo de ensino-aprendizagem e o trabalho dos professores...
Ver ainda:
- Professores de luto e em luta 23: absurdo pensar que os poderiam «esmagar»
- Professores de luto e em luta 24: «não sabem - ou não querem saber - o que é ser professor»
(Imagem de outdoor utilizado pela Fenprof na recente vigília em frente ao Ministério da Educação)
Imagino que esteja a puxar a brasa à sua sardinho mas é preciso reconhecer que os cartazes franceses e espanhois são propaganda positiva para os professores e Governos enquanto que o português tem outros objectivos que passam por denegrir a ministra e vitimizar os professores. Neste momento não sei quem tem razão mas é preciso ver que o Estado fancês e Espanhol faz estas campanhas positivas depois de as ter feito informalmente negativas nestes últimos 5 anos. Provavelmente daqui a 5 anos haverá cartazes desse género em Portugal.Há uns anitos também ouve muita contestação laboral em Espanha e em França...Portugal como sempre sofre de um desfasamento temporal também nesta questão. Haja esperança!
ResponderEliminarIrónicamente a campanha francesa poderá ser contraproducente se pensar-mos na violência urbana que percorreu a França neste último ano. Objectivamente não foi o sistema de ensino o principal responsável por esse comportamento entre os jovens mas que é irónico é.
ResponderEliminar"Et ce que nous sommes devenus aujourd`hui, nous les devons à nos professeurs"
Alguns franceses menos instruidos provavelmente lerão aquele cartaz não com orgulho mas com ironia.
Espero não estar a ser muito mau ao levantar esta possibilidade!
O que eu me recuso, e a ministra se recusa é ver os professores como uma massa uniforme.
ResponderEliminarDurante a minha formação tive muitos professores, alguns (poucos) excelentes,na sua maioria bons, mas também tive péssimos professores.
Muitos dos professores que eu achava bons, os meus colegas achavam maus. A vida é assim mesmo, as percepções da realidade mudam de pessoa para pessoa.
Não é aumentando o dinheiro para a educação que o problema se resolve. É preciso eliminar ineficiência do sistema para poder remunerar melhor quem mais merece.
Concordo com as quotas. A inexistencia de quotas têm-se traduzido na realidade numa má avaliação da qualidade dos professores.
Recusar a uniformidade não tem nada a ver com impedir que os professores avaliados com excelente ou muito bom possam ter o prémio do seu mérito. Então não é mérito que se quer promover? E quando ele existe dizemos que, afinal, fica na prateleira?
ResponderEliminarProcura-se justificar certo tipo de medidas radicais contra os professores e a Educação dando a ideia de que se trata de uma acção benéfica em toda a linha, quando se sabe que é uma questão financeira, de corte e desinvestimento. Querem lá saber da qualidade...
Nem todos os problemas se resolvem com mais dinheiro, mas são poucos os que se resolvem com menos dinheiro e menores condições laborais. Se na Educação os problemas não se resolvem com dinheiro, não entendo os restantes sectores sempre a chorar por mais dinheiro para resolver as suas ineficácias...
Vou experimentar dizê-lo quando for ao médico, ao advogado, à oficina... "Resolva-me este problema mas por muito menos dinheiro que me está a pedir... não me faça deitar dinheiro em cima do problema..."
Sr. Professor
ResponderEliminarClaro que "é uma questão financeira, de corte e desinvestimento". Esse problema com que os professores se debatem agora já a função pública enfrenta desde há 2 anos. O SIADAP avalia os Funcionários públicos e premeia os excelentes e muito bons, o problema é que prevé cotas (5% para os primeiros e 20% para os segundos). Mas se não fosse assim todos seriam avaliados como excelentes e muito bons e isso não corresponderia a qualquer mudança. Significaria apenas que o Estado passaria a gastar mais com a função pública sem receber qualquer contrapartida pois os funcionarios não seriam estimulados a se afirmarem pela competência.
Claro que este sistema não é justo mas obriga as chefias a reservar uma parte da quota dos excelentes e muitos bons para os que o são. Claro que uma parte fica reservada para os "amigos" mas como a classificação tem implicações monetárias esses "amigos", em princípio, deverão sofrer algum descrédito social por parte dos que foram injustamente preteridos.