«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Os dados estão lançados

A desvalorização da possibilidade de eleições antecipadas foi uma má estratégia. Enquanto o PSD-M ameaçava, decidia e não decidia provocar eleições, esse compasso de indecisão e de espera poderia ter sido aproveitado para a oposição, sobretudo o PS-M, colocar no terreno uma série de argumentos políticos, em antecipação às razões que o líder da Região invocou para a demissão e o maior partido regional irá invocar daqui em diante até às eleições.

A Lei de Finanças das Regiões Autónomas será o principal argumento (arma) de campanha, que dará lastro à vitimização ante o inimigo externo chamado Partido (Governo) Socialista, à acusação de conivência dos socialistas regionais e à exploração do bicho-papão chamado "colonialismo". A maioria (absoluta) do eleitorado, perante o caso da nova LFRA, nem vai relevar ou sequer vislumbrar os erros governativos cometidos por cá - será difícil desviar a atenção do eleitorado dos cortes financeiros e perdas autonómicas impostos pela Lei de Finanças. Poucos se lembrarão dos despesismos, das consequências do PIB "empolado" ou da acentuada perda dos fundos da União Europeia por parte da Madeira. Poucos se recordarão que a crise e o desemprego chegaram antes da entrada em vigor da LFRA. Poucos se lembrarão do nível de endividamento ou das limitações (esgotar) de certas políticas de desenvolvimento.

Quando há tempos a ameaça de eleições antecipadas não se concretizou, escrevemos aqui que o «PS-M pode suspirar de alívio e preparar com profissionalismo e argúcia as eleições de 2008.» Ora, é esse tempo e espaço de manobra que foi por água abaixo. Está, pois, o essencial conjugado para a conquista de uma nova maioria absoluta por parte do PSD-M. Os resultados do referendo do aborto, mais uma vez, confirmaram o perfil sociológico e cultural do eleitorado madeirense (insular, rural, católico e conservador), embora com alguma evolução. É uma realidade difícil de contrariar, embora não seja uma fatalidade, desde que exista uma estratégia correcta, que nunca seria de curto prazo, muito menos em período pré-eleitoral. É preciso chegar às pessoas. É preciso investir e persistir nas pessoas.

É claro que há as «mafias» no PSD-M que não queriam eleições antecipadas, mas isso são ninharias (pequenas e circunscritas implosões internas) face ao fundamental que está em jogo.

- Um acto autónomo 1
- Um acto autónomo 2
- Sumo, precisa-se
- Confirmado o «agarrem-me senão eu bato»
- À terceira será de vez

1 comentário:

  1. um blog madeirense que maravilha, para ler as notícias da minha ilha, já estás na minha lista de links.

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