Guilherme Silva, actualmente deputado e vice-Presidente da Assembleia da República, é forte hipótese para candidatar-se à liderança do PSD e do governo da Madeira, agora que é (relativamente) certa a saída do actual presidente do executivo regional.
Todavia, como bem lembrava um amigo, neste tema das saídas anunciadas e eternamente adiadas, os comités centrais dos partidos comunistas têm deixado muita jurisprudência...
Várias vantagens para o nome Guilherme Silva. Acabar com lutas intestinas entre delfins. Acabar com aspirações egocêntricas e auto-sobrevalorizadas de outros potenciais candidatos a delfins, acabando com a ideia que "qualquer um" pode liderar o PSD-M e os destinos da Região.
Permite premiar a dedicação e sacrifício políticos de Guilherme Silva durante tantos anos. Facilitar a unidade e estabilidade dentro do partido, já que é um nome de difícil contestação (por ser uma figura cimeira, um senador do partido). Apostar na sua credibilidade, serenidade e experiência política ao nível nacional.
A sua visão política não está condicionada apenas pelo espaço insular, que lhe permite maior abrangência, facilitador, por exemplo, no relacionamento com a República, importante no actual ciclo, como ainda há umas semanas atrás reconheceu e deliberou o conselho regional do PSD.
A normalização das relações com Lisboa tem de acontecer, sem que isso seja sinónimo de agachamento como pensam alguns. É uma necessidade.
Além disso, Guilherme Silva não tem o estilo do actual presidente do governo regional, que outros candidatos poderão ter tendência a imitar, por estarem demasiado próximos e terem a tentação de agradar.
Não se esqueça ainda um facto importante. Guilherme Silva tem personalidade e voz próprias dentro do PSD: «poucos são os que se atrevem a falar [nos conselhos regionais do partido], excepto se for para elogiar a estratégia seguida ou a seguir. Ainda de acordo com relatos de conselheiros, a pessoa que foge a esta regra é Guilherme Silva» (Diário 23.06.2007).
Por outras palavras, é a única sombra, dentro do PSD-M, que Alberto João Jardim tolera, de facto. Vamos a ver se tolera que um seu contemporâneo assuma os destinos do governo.
Outro senador do PSD-M que poderá alinhar-se na corrida à sucessão é Miguel Mendonça, actual presidente da Assembleia Legislativa da Madeira. Mas, achamos o nome de Guilherme Silva mais provável.
O novo ciclo económico, social, político e cultural da Madeira precisa de uma outra forma de governação. A actual é apenas uma transição. Já deu o que tinha a dar.
Guilherme Silva é uma hipótese muito consistente. Nunca tinha pensado nela.
ResponderEliminarObservador D
"Permite premiar a dedicação e sacrifício políticos de Guilherme Silva durante tantos anos."
ResponderEliminarEste sr. parece diferente de todos os outros porque tem o monopólio de tudo o que é defesa jurídica de autarquias, Governo Regional, etc. Não entra em concorrência económica com os outros delfins pelo que tem esse "ar" de senador.
A sua teta não tem sido desputada pelo que o seu "ar" não tem sido posto em causa.
Nélio, parece que andas a delirar. O Miguel Mendonça, com 71 anos, é um delfim com hipóteses??? E achas que o Guilherme Silva vai deixar o seu escritório de advogados, onde recebe pipas de massa, para vir aturar o povo superior? Por favor, não apanhes tanto sol que isso já te está a afectar.
ResponderEliminarUm abraço amigo
duartteferraz@hotmail.com
Viva.
ResponderEliminarOs factores a desfavor mencionados, dinheiro e idade, são pertinentes.
Contudo, a realização das pessoas não se resume a dinheiro. Ocupar uma posição cimeira de poder e de liderança pode ser um coroar de uma carreira lucrativa.
Quanto à idade, basta pensar que Mário Soares foi candidato à presidência da República aos 81 anos. E há a jurisprudência daqueles que morreram de velhice no poder, seja em contexto democrático ou ditatorial. Sem esquecer a Santa Igreja, que elege idosos para Papa.
Saudações.
...julgo que poderá ser um hipótese a considerar tendo em atenção as fracturas existentes dentro do PSD-M...
ResponderEliminarMuitos dos nomes que ao longo dos anos têm sido ventilados como possíveis sucessores, estão algo queimados ou geraram fortes anti-corpos mesmo dentro do partido...
Julgo que a equidistância que G. Silva gerou, assim como a reputação e prestígio que granjeou pelos cargos que ocupou/ocupa será uma das hipóteses de transição que poderão gerar algum consenso. Lanço ainda outro nome que julgo que poderá ser uma hipótese em circunstâncias semelhantes: Sérgio Marques (se bem que tem o óbice de não ter o peso que Guilherme Silva tem)...
No entanto, é consensual que a perpetuação de Jardim no poder, desempenhando o papel de conciliador entre as diferentes facções (e interesses que ajudou a alimentar), irá desdenhar numa luta pelo poder que poderá trazer consequências nefastas ao partido...
É 'teta' uma carteira de clientes no sector público, mesmo que o prestador do serviço seja competente.
ResponderEliminarNão é 'teta' um lugar de deputada, ganho sem abrir a boca e tendo apenas no currículo «namorada do vice-presidente do partido».
Tem razões para se picar, este AMSF: com um adversário como o Guilherme Silva em 2011, ninguém se dará ao trabalho de decorar nem o primeiro nome do seu irmão.