«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

domingo, setembro 23, 2007

Professores felizes trabalham mais e melhor

O Secretário Regional da Educação, Francisco Fernandes, em entrevista ao Jornal da Madeira (22.9.2007), referiu que o «sucesso [escolar e educativo] não se constrói com intervenientes infelizes.» Daí salientar que o «reconhecimento e a consideração» são importantes relativamente aos docentes, como em qualquer profissão ou actividade humana, acrescentaríamos nós, além da compensação financeira do trabalho.

Daí haver um «ponto assente» para a tutela regional: «queremos melhorar o sistema com os professores e não contra eles. O estatuto a aprovar brevemente na Assembleia Legislativa da Madeira vai ao encontro de grande parte das expectativas dos professores. Partimos do princípio de que nenhuma reforma do sistema de educação e ensino será ganha sem o devido envolvimento dos professores.»

Estas palavras são ouro para os ouvidos dos professores, embora eles estejam preocupados com as matérias essenciais que possam ficar de fora da referida «grande parte das expectativas». Aguardemos pela devida concretização legislativa.

A Madeira precisa de professores empenhados para darem o seu máximo contributo, embora nem tudo dependa deles e do seu profissionalismo pedagógico. Há factores como o contexto socio-cultural (Insucesso escolar vem de longe) que requerem a intervenção e a ajuda competente de toda uma sociedade.

Os docentes estão disponíveis para o trabalho empenhado e exigente. Querem condições de trabalho e a devida consideração, traduzida também na carreira e no salário (é errado ver a profissão docente como um sacerdócio como Jorge Pedreira, secretário de Estado da Educação: «é ilusão dizer que os professores se motivam pela progressão na carreira.»)

Seria bom que a avaliação ajudasse a formar melhores professores em vez de os penalizar apenas na remuneração, para o Estado poupar uns trocos, porque isso não beneficiará o aluno. Se um professor mantiver um mau desempenho, o facto de ganhar menos ao fim do mês, produzirá alguma melhoria em termos pedagógicos e educativos? É assim que se salvaguarda o interesse do aluno?

E quanto aos casos de manifesta falta de empenho ou competência, por favor, existem serviços de inspecção e mecanismos de resolver o assunto, é bom salientar. É péssimo que alguns casos penalizem, perante a opinião pública, o profissionalismo e o empenho da maioria.

A tutela nem as escolas devem proteger os maus profissionais, porque é um mau serviço à docência. Devem-se proteger, sim, as situações que envolvam factores alheios ao docente, como a doença. Ele pode ser útil em outras funções educativas sem ser no trabalho curricular em sala de aula.

Não raras vezes, a tendência é marcar os professores com autonomia de pensamento e sentido crítico, independentemente da sua competência e empenho, apesar de terem um potencial de transformação, inovação e empreendedorismo, que deveria ser tido em conta.

1 comentário:

  1. Na educação como em todas as profissões devemos defender os profissionais no verdadeiro sentido da palavra. SE existem maus profissionais então há que fazer uma intervenção no sentido de aferir quem é que não está a cumprir, mas em todas as profissões. E concordo que se comece pelos professores.
    Não nos esqueçamos de que há incompetentes em todo o lado. São médicos, advogados, carpinteiros, padres jornalistas... etc, etc.

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