«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

domingo, setembro 07, 2008

Andaram os Metallica a fingir este tempo todo?

Atente-se às duas imagens. O mesmo James Hetfield, vocalista dos Metallica. Note-se as incoerências ou contradições.

Será que a banda andou a fingir este tempo todo? O que aconteceu à proximidade com o estilo de vida dos fãs, com a cultura underground do rock pesado?

A banda tem enormes méritos, tendo levado o rock mais extremo a mais pessoas e aberto o caminho para outras bandas do estilo. O Black Album foi um marco em 1991, o meu preferido, juntamente com St. Anger, de há cinco anos.

Kill 'Em All, Ride the Lightning, Master of Puppets e ...And Justice For All têm falta de graves, que é um pecado mortal em discos rock, em que a bateria e o baixo, base de tudo, perdem intensidade e impacto.

Os Metallica aburguesaram-se e adoptaram o estilo rock star, com todas as suas comodidades. Já não conseguem viver com pouco e de forma simples. Não havia necessidade.

Como é óbvio, a vida fácil acaba por reflectir-se, inevitavelmente, na música. Será difícil de recuperar a intensidade e a raiva de outros discos, como do anterior St. Anger (2003), que é um álbum forte, com elementos metalcore, coeso e intenso, muito em resultado das dificuldades que a banda atravessava na época, em que estiveram à beira do fim. Não percebo a razão de tanta gente considerar St. Anger fraco. Reagiram aos problemas e foram mais criativos.

Daí que as perspectivas face ao novo Death Magnetic não sejam as melhores. Pode já ouvi-lo neste canal do You Tube e retirar as ilações. Só retirarei as minhas, definitivamente, quando ouvir em disco na aparelhagem.

Ainda:
Death Magnetic pre-review (pré-análise)
Novo de Metallica a $9.99 e a £8.98
They are coming to smack you in the head
Novo de Metallica a caminho

4 comentários:

  1. Olá Nélio,
    Não percebo qual o motivo da surpresa se esta é uma conclusão do universo do rock já com décadas de existência. Talves umn caso muito mais parigmático e antigo seja o dos rolling stones, que hoje em dia são tudo aquilo que é a sua razão de existência, colocar um todo um universo de coisas em causa. Quem vê o documentário filmado na década de 60 de Jean Luc Godard, Sympathy for the devil e observa hoje 5 minutos de concerto dos Stones nem acredita estar a falar-se dos mesmos gajos. E depois também não é inteiramente verdade que os Mettallica de 2003 fossem já muito diferentes dos Mettallica de 2008. Já nessa altura os Mettallica envolveram-se em controvérsias devido ao napster que vieram a suscitar muitas desilusões dos fãs. Curiosamente na altura pareceu-me que os Mettallica tinham razão na discussão. Os Mettallica são uma banda planetária consagrada há mais de uma década. Pessoalmente não gosto do género, apesar de nesse ponto concordar com o Nélio, de que a banda tem uma obra relevante. Em relação a essa coerência do against the modern world, que não subscrevo inteiramente, há, no entanto, centenas de exemplos de bandas com décadas e que nunca pretenderam os holofotes da ribalta, exemplos criativamente, politicamente e esteticamente muito mais coerentes que os Mettalica.
    abraço

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  2. kkkkkkkkk veio, falo nada pra seus comentarios sobre os 4 primeiros albun's do metallica, ou vc nunca os ouviu, ou nao sabe o qual a funçao do baixo e batera na musica,so pra lhe informar, os 3 primeiros albuns do metallica tem a conzinha mais frita q o rock ja viu! cliff e lars destruindo nos groovies, vai se informar cara melhor vai escuta eles primeiros antes de sair falano merda por ai!

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  3. Caro anónimo. Eu sou fã da banda. Isso não me impede de ser crítico e ouvir a clara de falta de graves (falta de intensidade e impacto da bateria e baixo, que deveriam estar mais proeminentes), nos primeiros álbuns, em que sobretudo o som das guitarras e da vocalização surge em destaque. É pena. Prefiro ouvir esses temas dos primeiros discos nas versões ao vivo :)

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