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Na Análise da Semana do Diário de hoje, Ricardo Miguel Oliveira faz um ponto do estado actual da Região e do bem comum - um esforço de interpretação dos factos que é basilar no jornalismo - que citamos:
«[É] gritante a insensibilidade patenteada perante uma realidade que fere e questões vitais para o futuro colectivo.
Fiquemo-nos pela notícia da semana, já que ter 47% [metade, pois] da população escolar da Região a beneficiar da Acção Social Educativa é elucidativo do mau estado da economia doméstica. Merecia muita atenção, mas pelos vistos só André Escórcio sentiu a interpelação. Os outros andam entretidos com o ridículo, com as suas pretensões ou com as festas.
Os dados são oficiais e confirmam uma pobreza galopante. Basta cruzar uma série de dados para percebermos que a Madeira está carenciada e em colapso.
Quase oito mil madeirenses e três mil famílias recebem rendimento social de inserção. Um apoio sempre em alta e acima da média nacional, com a Região a ter o mais elevado valor médio mensal da prestação de RSI do país.
Estima-se que cerca de sete mil famílias da Região vivam com um rendimento médio mensal de 145 euros. Uma miséria.
Há estudos que comprovam que somos os portugueses mais pobres e que indicam que os trabalhadores madeirenses têm salário médio inferior em quase 5% aos restantes compatriotas.
Mais de metade da população madeirense está vulnerável à pobreza e 15,1% vive em situação de pobreza persistente. A percentagem de população em risco de pobreza (31%) é a maior entre todas as regiões no plano nacional.
Temos um PIB per capita superior à média nacional, mas o reflexo na economia local é diminuto. O rendimento líquido anual médio por agregado familiar na Madeira está abaixo da média nacional.
O dinheiro dos tempos da fartura não foi justamente distribuído e não promoveu o povo. Engordou as 'lebres' partidárias de vários quadrantes que ingenuamente aceitam ser marionetas, para que os mentores da descredibilização do sistema dividam para reinar, possam passear a cadela, espetar chumbo nos coelhos, dar umas passas, gastar a herança suspeita e encerar os carrinhos de estimação.»
Importante recordar:
Flop
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Esbanjamento
Se o conhecimento fosse de comer
A dívida é uma festa 1
A dívida é uma festa 2
A dívida é uma festa 3 [reprise]
A dívida é uma festa 4 [encore]
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Da autoviabilidade ao desespero, do rico PIB ao pobre poder de compra
Tentativas para desmontar PIB "empolado"
Duro despertar para a realidade
PIB, riqueza real e a Lei de Finanças Regionais
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Dança dos números da pobreza
Impostos, PIB, pobreza e contrastes
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Liberalização aérea 3: autonomia, "revolução pacífica e liberalização «espúria»
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Sobre o papel do Jornalismo:
O jornalismo não pode dar voz apenas às partes envolvidas. Tem de haver um esforço de leitura e interpretação, de contextualização, de aprofundamento, de memória, de descodificação e desmontagem (rigorosa e objectiva) dos factos - diferente de opinar - com os olhos postos na salvaguarda do direito que tem o público à informação, sem subterfúgios.
O leitor tem de ficar ao corrente de tudo o que está subjacente a um assunto e não apenas assistir ao que dizem as várias partes num dado momento.
A realidade e não mais do que a realidade
Tentação de controlar a informação
Dia sem Diário é dia sem "oposição" 1
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A propósito de Abril, o estado de coisas na Madeira e o papel da comunicação social independente...
... resta combater
O jornalismo de uma forma ou de outra é mera opinião de quem o faz! Os "factos" só são apresentados se vierem corroborar os preconceitos de uma determinada elite. Um jornal acaba por sofrer dos mesmos males do que qualquer ser humano. É selectivo naquilo a que dá relevo, alimenta preconceitos, só publica quilo que vem confirmar um certo "enredo" da realidade em que está inserido, etc, etc.
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