SEMPRE MAIS... PODER.
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O realce que Carlos César deu, no seu discurso de domingo, à vitória, pela primeira vez, em todas as ilhas dos Açores, é demonstrativo do desejo de domínio absoluto, numa analogia ao realce atribuído aos «onze a zero», em eleições autárquicas na Madeira.
O presidente açoriano não foi ao limite de usar linguagem futebolística e evitou a expressão «nove a zero».
Esqueceu-se, claro, da vitória ainda mais absoluta da abstenção, a ultrapassar os 53 por cento. Mas isso não convém.
O poder é, naturalmente, prepotente e expansivo: na sua óptica nunca domina o suficiente. Aspira SEMPRE A MAIS e mais. Interessa conseguir a submissão e o domínio do outro. Não basta vencer, é preciso derrotar em toda a linha, humilhar e «esmagar», como se ouviu uns populares expressarem à passagem de uma arruada social-democrata, no Funchal, em Maio de 2007.
Como diz a canção Poder de José Mário Branco [Resistir é Vencer, 2004], «poder/Quem o tem, tem ascendente/Poder/Quem o tem, faz-se valente/Bem usado/Mal usado/O poder é sempre prepotente.»
É a natureza humana. Daí os benefícios da alternância. Um ou dois mandatos e seria suficiente, para não criar raízes e domínios absolutos tóxicos para a democracia.
Recorde-se:
Uns mais iguais do que outros, mas iguais
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