Exotismo da praia ao Porto Santo exerce enorme poder de atracção, mas Porto Santo não deve ser vendido como destino de sol e praia, que são "apenas" complementos ao destino |
Depois do post polémico de há três anos em que avancei razões para não ir ao Porto Santo, chegou a hora que avançar as razões para ir à idílica Ilha Dourada.
Continuo a ser crítico ao preço muito "dourado" dos transportes para a ilha vizinha, comparado com o que acontece em Canárias, por exemplo, ou nos Açores. Continuo a considerar excessivo o tempo de 2h30m de viagem de barco. O tempo é muitas vezes instável e ventoso, natural na posição geográfica em que se situa (daí o erro de vender o destino como sol e praia, gerador de expectativas que desiludem os turistas e condicionam regresso). Sendo a ilha pequena, vêem-se as mesmas caras que se vêem durante o ano na Madeira (evitar os circuitos mais habituais). Custos em estadia e alimentação elevados. Há ainda a demasiada construção em algumas zonas.
O Porto Santo é argumento para evitar praias artificiais de areia na Madeira, umas ilhas minúsculas e caras de areia amarela rodeadas de cimento por todos os lados. Quem quer areia amarela autêntica que vá ao Porto Santo, em lugar de destruir a autenticidade da costa madeirense.
Que razões levam as pessoas ao Porto Santo?
1. Segurança.
2. Tranquilidade.
3. Exotismo e qualidade onírica da ilha.
4. Terapias (areias).
5. Actividades: em terra (caminhadas, passeios a cavalo, golf, etc.) e no mar (mergulho, pesca, etc).
6. Sol e praia (em complemento a tudo o resto).
7. Estar perto da Europa central.
Vender o Porto Santo, prioritariamente, como sol e praia, apenas aprofunda a sua sazonalidade, e enveredar pela construção massiva de hotéis, quando há um grande hotel ainda por acabar e viabilizar, demonstra uma estratégia baseada em equívocos. Não há condições para a massificação turística. Os governantes podem estar bem intencionados, mas poderão estar equivocados. Por mais que dê jeito a construção, no imediato.
A questão do Porto Santo como destino turístico está muito bem situada pelo artigo de opinião de Catanho Fernandes (Diário 18.8.2011).
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Fui ao Porto Santo, pela primeira vez, aos 7 ou 8 anos de idade. No Pirata Azul. Na altura, após o comum enjoo no barco, logo que pus os pés em terra, virei-me para meus pais e disse algo como «ao Porto Santo nem mais um pingo». Ou seja, nunca mais. Mas nunca se deve dizer nunca, aprendi depois...
Ficou então uma memória de paraíso: na acostagem ao cais do Porto Santo nos anos 70 ficou gravado o exótico azul-esverdeado da água e o dourado da areia, que exercem um decisivo poder de atracção, no meu caso.
A qualidade onírica que tem a ilha induz o escape, o distanciamento do quotidiano e permite o descanso. Para mim, o principal atractivo.
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