«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

terça-feira, novembro 08, 2011

Tom Waits raising hell



Como posso optar pelos downloads de música com objectos tão bonitos como este para pôr os olhos e as mãos em cima?
Mesmo sem todas as condições, tentei seguir as regras na audição de um disco pela primeira vez, embora tenha feito a leitura das letras em simultâneo, por duas razões. Uma a ver com o conteúdo, outra com a forma: textos interessantes do músico dispostos num pequeno livro (A5), com fotografias do próprio Tom Waits a ilustrar. Esta é daquelas edições especiais que são-no realmente. Isto é uma deluxe edition.

Mas vamos ao essencial. Ouvi o disco uma vez e adorei de fio a pavio, seja na vertente mais baladeira ou mais roqueira. Tal como os anteriores Blood Money (2002) ou Real Gone (2004), Bad As Me é um álbum que representa as várias facetas musicais de Tom Waits. Gosto delas todas.

E nada de esquecer o papel de Kathleen Brennan, mulher de Tom Waits há 30 anos, parceira musical tanto na criação dos temas como na produção - ele mesmo afirmou «Não casei apenas com uma mulher, casei com uma colecção de discos». E invejo-o por isso. (Também) ninguém me conquista o coração se não for através da música - e mais uns livros e ideias prospectivas sobre a existência e a vivência.

Bad As Me tem um som sujo, com elementos que vão desde o blues, rockabilly, rhythm & blues ou jazz até ao rock, com muitos intrumentos, texturas, atmosferas que nos transportam para ambientes nocturnos, cheios de fumo, nostalgia, melancolia, romantismo... e muito groove. Groove aos montes.

É claro que os temas mais intensos e duros como "Bad As Me" ou "Hell Broke Luce" me arrebataram de forma particular. Mexem com o corpo, além da alma e do cortex cerebral.

E depois aquela voz grave, envolvente, cavernosa, única.

Tom Waits é Tom Waits. Fim de conversa.

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