Como noutros pontos do concelho, a toponímia gerou algum alvoroço na calmaria soalheira do Jardim do Mar. Ao ponto de uma placa ter sido, entretanto, arrancada da parede, nos seus quatro pontos de fixação, desconhecendo-se o seu paradeiro.
A Vereda da Fonte é outra das razões de discordância. Há quem diga que a original vereda da fonte era uma outra, mesmo ao lado do fontanário, para Norte/Este, que continuava por detrás da cada dos morgados, isto é, da casa senhorial da Quinta da Piedade.
A Vereda da Fonte assinalada há poucos dias com uma placa, embora perto do fontanário, ruma em sentido contrário, para Sul, em direcção ao mar, como documenta a imagem. Diz-se que esta seria, originalmente, designada de Vereda do Calhau.
A designação Vereda do Calhau foi atribuída a outra vereda mais a Oeste, junto à praça central, cujo nome ninguém recorda ao certo, talvez por nem o ter. Contudo, como dava acesso aos poios de feno, poderia ser a primeira ou segunda vereda dos fenos, já que existe uma outra na área com essa designação.
Para maior rigor, como o Jardim do Mar deixou de ter praia de calhau na sua frente mar, ao longo de quase 800 metros, a Vereda do Calhau (a verdadeira ou não) poderia ter sofrido uma actualização e chamar-se Vereda dos Antifers, que dominam agora a paisagem marítima e protegem a promenade-estrada que enterrou o calhau, fazendo as condições da famosa onda surfável da Ponta Jardim passarem de nota excelente (topo de gama) para um mero suficiente (uma entre muitas outras).
Ninguém se atreveu a colocar a palavra surf na toponímia... A Vereda Pôr-do-Sol, por exemplo, cuja designação foi agora criada, que caminha em direcção às ondas do surf, e passa na porta da Maktub House, que alberga turistas-praticantes da modalidade, bem poderia aludir ao desporto que levou o nome do Jardim do Mar e da Madeira a tantos lugares do Mundo.
Mas, sabemos que, politicamente, a palavra surf causa mal-estar. O surf passou de bem-amado (e institucionalmente apoiado) a mal-amado, assim que a massa crítica dos surfistas se fez sentir sobre algum tipo de obras, com a história que já se conhece.
A Vereda das Roseiras é ainda outro caso sem consenso. Há quem defenda que o Caminho do Moinho deveria ser o Caminho das Roseiras e a Vereda das Roseiras ter um outro nome (por lá abundam hortências...), já que roseiras bravas terão existido apenas ou sobretudo no agora chamado Caminho do Moinho.
A maioria das pessoas desconhecia a atribuição e fixação dos topónimos, assunto que lhes diz directamente respeito, até ver as placas no terreno. Ninguém sabe que munícipes foram ouvidos para evitar andar à voltas ou trocar as voltas à toponímia.
Nestas coisas, há quem considere auscultadas as populações no dia das eleições e ponto final.
Toponímia na Calheta
Acerca do articulo da toponímia das veredas no Jardim do Mar, quero
ResponderEliminarnotificar que "a Vereda da Fonte" é mais conecida como "o Beco do Sueco".
JB