O autoritarismo e a mão dura é apenas para os professores, que o Ministério da Educação tem mais à mão e dá jeito para controlar, culpabilizar e cortar salários e carreiras.
anterozóide
O laxismo e facilitismo extremo instalado na Educação no pós-25 de Abril de 1974, em contraponto com a ditadura anterior, têm e continuam a causar danos enormes. E não se pense que a Madeira não caíu na mesmo erro: Indisciplina por resolver nas escolas da Madeira e Menor qualidade e fraca atitude dos estudantes madeirenses. Sofremos de tanto ou mais atraso face ao resto do país.
O actual Governo da República, apesar de governar à direita (social-democrata), sofre dos mesmos complexos da esquerda no período pós Revolução, no que toca ao sector educativo. Tudo o que cheirasse à direita era fascista... Disciplina, rigor, exigência, trabalho, responsabilidade, autoridade, entre outros conceitos, era tudo fascismo e ditadura.
Como se esta cultura laxista, que lixou o sistema de ensino português, não fosse fascizante. Temos a ditadura da balda, da indisciplina, do facilistismo, da ausência de trabalho e empenho, da irresponsabilidade pessoal, da falta de civismo, da negação da democracia.
Actualmente, tem-se acentuado o laxismo e o facilitismo geral relativamente ao peso e papel das famílias e dos estudantes no sucesso escolar. É a Educação ao serviço da politiquice e ao sabor do curto prazo de cada mandato dos governos.
Depois de, nos anos 80, Cavaco Silva ter facilitado a vida aos estudantes ao permitir a transição de ano, no 2º e 3º ciclos, com duas disciplinas negativas, para compor as estatísticas para a Europa, veio António Guterres (Ana Benavente foi secretária de Estado e tem as suas responsabilidades) permitir a transição de ano com três disciplinas negativas.
E o que temos com José Sócrates?
Aquele estatuto do aluno que permite faltar o que se quer, ir ou não às aulas e passar no final. São os exames nacionais mais fáceis para melhorar as estatísticas para o período eleitoral. É o assobiar para o lado no que toca ao grave problema da indisciplina e da violência nas escolas (se um professor der uma "palmada pedagógica" a um aluno é expulso da profissão; se um aluno bate num professor nada de substancial acontece). É querer passar os alunos de ano sem que estes tenham os conhecimentos ou competências necessárias, nem os professores possuam condições para dar o necessário acompanhamento para esses estudantes recuperarem das suas fragilidades.
O autoritarismo e a mão dura é apenas para os professores, que o Ministério da Educação tem mais à mão e dá jeito para controlar, culpabilizar e cortar salários e carreiras. Dificultam o trabalho dos docentes e pouco ou nada exigem a estudantes e famílias, que flutuam num mar de facilitismo. E esperam que os docentes fiquem quedos e mudos. No way! Podemos cair, mas caímos a lutar.
Apesar dos discursos, o objectivo de tanto aperto aos docentes, não é a melhoria do sistema de ensino. Sabem que o sucesso escolar não depende só dos professores nem sobretudo deles. Sem os alunos e as famílias co-responsabilizados, o insucesso e o abandono escolares não se resolvem.
Maria de Lurdes Rodrigues não precisa dos professores, mas sim da opinião pública. Daí o tratamento arisco aos professores e o laxismo/facilitismo manso para com as famílias e estudantes.
Está tudo errado e ao contrário. E ninguém dá conta dos danos profundos que este governo está a fazer à Educação.
É um mau serviço ao país confundir a democracia com laxismo ou ausência de rigor, de disciplina pessoal, auto-determinação de comportamentos, civismo, responsabilidade individual ou de uma atitude positiva relativamente ao trabalho escolar.
Esta esquerda que nos governa, neste momento, não é meritocrática, apesar do fachada do slogan do mérito, que esconde as reais intenções: baratear o trabalho docente.
O que fez a ministra da Educação, perante este cenário? Desautorizou os professores ao fazê-los bodes expiatórios de tudo o que de mal se passa na escola. Minimizou o problema da violência (recorde-se o procurador-geral da República, Pinto Monteiro sobre o assunto) e as dificuldades por que passam os professores para desempenhar a sua função.
A família, a quem cabe a primeira e maior responsabilidade, abstém-se da educação dos filhos por alegadamente ter falta de tempo, mas depois quer-se que tenha tempo e disponibilidade para participar na gestão das escolas, nos termos previsto no novo diploma...
A ministra da Educação caminha de utopia em utopia, sem conectar com a realidade. Quando a ministra não tem juízo, o professor é que paga...
Pois é Nélio. Esta é a ideia que concordamos num comentário mais abaixo. Ora bem perante isto só temos duas hipóteses: ou fazemos blogs como os do Nélio onde passamos a pente fino a crítica política. Ou fazemos blogs onde divulgamos o conhecimento e o saber precisamente para combater o laxismo da educação inspirada nos modelos do romantismo. Já constatamos determinados traços da nossa cultura, pelo menos, senão antes, em Eça. Não é preciso continuar a repetir a fórmula até à exaustão. Se sabemos que temos uma geração enorme criada no laxismo, por que não começar por o admitir e trabalhar seriamente. Temos de fazer o quê? Ler e estudar. Após isso discutir publicamente as nossas matérias. Se construirmos uma solidez de saber desta forma, creio que nenhuma ministra tonta se atreve a meter-se com os professores.
ResponderEliminarEu tenho o meu blog da minha disciplina, filosofia, com um trabalho de análise de manuais praticamente única, mesmo antes de qualquer ministério pretender sequer avaliar e certificar manuais.
abraço