A quem interessa sindicatos fracos, inexistentes ou amordaçados? Interessa a senhores da mesma laia daqueles senhores gananciosos dos bancos, que mergulharam o mundo numa grave crise financeira, económica e social.
Quando Vital Moreira escreve que a «luta aguerrida dos sindicatos contra a avaliação dos professores» se deve ao facto de os docentes a tempo inteiro nos sindicatos não serem avaliados está a esquecer algo importante.
Está a esquecer que foram os professores, nas escolas, que exigiram aos seus representantes sindicais uma luta «aguerrida» contra o actual modelo de avaliação. O memorando de entendimento como o ME foi assinado no final do ano lectivo passado pela plataforma sindical, mas a onda de constestação docente obrigou a rever a estratégia.
Embora deva ser ponderada a situação da avaliação dos 300 professores sindicalistas a tempo inteiro nos sindicatos («o novo modelo de avaliação não prevê a classificação dos professores dispensados a tempo inteiro para trabalhar nos sindicatos. Isto significa que só quando voltarem às escolas é que podem progredir»), não significa que não se denuncie e repudie o actual ataque aos representantes da maioria dos docentes portugueses («quebrar-lhes a espinha» - linguagem muito ilustrativa...), uma tentativa de impor o barateamento e precarização do trabalho docente.
Os sindicatos podem ter muitos defeitos (recorde-se ainda isto: Sindicalistas militantes do partido socialista assinaram acordo com o governo socialista), mas também têm uma função importante a desempenhar. Segundo a cartilha neoliberal têm de ser esmagados e quebrada a espinha. Vão-se lixar. Prefiro, apesar de tudo, sindicatos imperfeitos do que oferecer um caminho desregulado para a tirania laboral reinar, sem contraponto, sobre a força do trabalho, a parte mais frágil.
A quem interessa sindicatos fracos, inexistentes ou amordaçados? Interessa a senhores da mesma laia daqueles senhores gananciosos dos bancos, que mergulharam o mundo numa grave crise financeira, económica e social.
Como se não bastassem as fortunas (dinheiro dos contribuintes) que os governos estão a injectar para tapar os buracos financeiros da banca, andam esses senhores a guardar o dinheiro para si em vez de o libertar para a economia real. Senhores que fabricam lucros descomunais - essa minoria de gestores ganha milhões em prémios e salários num país com imensos pobres - mas pagam miseravelmente à força de trabalho. F***k them.
Sem a força do trabalho docente, haveria o quê nas escolas?
Neste caso devo dizer que o mais gostei foi a parte final do post o fxxk them acrescento eu the bastards...neste caso chamando os bois pelos nomes os banqueiros e as suas mordomias ultrajantes. Concordo totalmente contigo em relação a que a luta feita pelos sindicatos é a mesma dos docentes e sobre isso até pelas multidões que vemos nas manifestações não sei como se pode pôr isso em causa , ígualmente penso ser de todo importante que haja sindicatos fortes pois essa é uma das principais razões do avanço de nações desenvolvidas como é o caso dos países escandinavos . Mas como não há bela sem senão acho igualmente que essa mesma força , por exemplo das manifestações , não pode significar que tudo o que vier dos sindicatos de professores tenha que ser aceite pelo governo pela chantagem de ser representativa da quase totalidade dos professores pois isso seria uma completa preversão do sistema democrático , portanto apesar das posições estarem extremadas muito por culpa de declarações infelizes do Ministério , tipo perdemos os professores mas ganhamos a sociedade civil , possivelmente ainda piores que algumas medidas , espero que o entendimento chegue para bem de todos , alunos , professores e principalmente todos nôs portugueses .
ResponderEliminarJacinto Gouveia