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«Já esta resolvida essa questão. O candidato ao Parlamento Europeu no mesmo oitavo lugar é o senhor Dr. Nuno Teixeira. Um não quer ir, vai outro. A única pessoa importante neste partido sou eu...» (Jornal da Madeira: 18.4.2009).
Falou o Presidente da Comissão Política Regional do PSD Madeira, depois da tomada de posição de Sérgio Marques sobre o 8º lugar que lhe era destinado para as eleições europeias, na lista do PSD nacional.
Dá-me vontade de rir certas críticas a esta postura do líder do PSD Madeira, conotando-a com autoritarismo e ditadura, quando há malta por aí nos partidos bem mais autoritária e ditatorial do que Alberto João Jardim.
Além disso, quer se goste quer não, esta é a fórmula de Alberto João Jardim para evitar que o seu partido, como outros, caia naquelas guerras intestinas muito endemicamente madeirenses, o tal saco de gatos, que entretém a malta na vertigem dos ataques pessoais (o acessório), mas que arrasa as instituições e o seu trabalho (o essencial).
A liderança carismática, forte e unificadora no Partido Social Democrata da Madeira impede que se descambe para o saco de gatos.
Recordo o texto Leis da natureza humana, em que se deu conta que, a «propósito da Associação de Promoção da Madeira (AP-Madeira), Alberto João Jardim demonstrou mais uma vez ter um sentido de realismo e pragmatismo na condução de certos assuntos, que se adapta e responde ao contexto socio-cultural e à mentalidade madeirenses».
E citamos as palavras do presidente do GR: «Nunca acreditei naquilo [AP-Madeira], porque já sabia que à boa maneira madeirense ia dar nisto [ausência de financiamento privado, entre outros bloqueios], porque já sei que quando há interesses madeirenses diferentes, todos metidos no mesmo saco, sei que isto acaba tudo à bulha e em asneira.»
E quando andamos à bulha fazemo-lo com uma grande virulência e contundência. Acaba tudo em urdiduras conflituosas e em ataque pessoal, sem tréguas.
Também será «fruto de uma certa caracterização comportamental» insular madeirense, como disse Monteiro Diniz, muito perspicaz e atento à nossa realidade social e cultural. «Aqui na Madeira são as flores, as festas, o vinho, a alegria e, portanto, tudo isso comporta depois estas emanações que ultrapassam os limites minimamente razoáveis.» Como ainda referiu o Representante da República, «é uma cultura cívica. O problema é de civismo, de cidadania, de cultura».
A Madeira, num sentido geral, é um saco de gatos e, por isso, se compreende um poder governativo de mão dura para se poder controlar esta gente que sente desgosto pelo mérito e conquistas dos outros, geradora de conflitos estéreis e do bota-abaixo leviano.
Compreende-se que, face a esta mentalidade da sociedade madeirense, foi preciso Alberto João Jardim, enquanto líder da governação, encaixar-se nela e exercer um certo nível de controlo para tornar a Madeira governável (com estabilidade política e social).
Contudo, passados quase 30 anos, deveriam já ter sido estimuladas (concedido espaço) determinadas mudanças (revoluções) culturais e cívicas que conduzissem a uma maturação e arejamento democráticos (desbloqueios). Se calhar estou a ser romântico ou utópico... crente no Pai Natal...
Recorde-se:
Madeira endémica é um saco de gatos
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