Retirar maior absoluta ao PS e acusações de instrumentalização partidária dos sindicatos marcou o dia.
fotografia Mário Cruz
Apesar do final de ano lectivo e do desgaste das muitas lutas, acima de 50 mil docentes estiveram hoje na quarta grande manifestação, em Lisboa, na actual legislatura. Contra a degradação da carreira e a hostilização de que têm sido alvos por parte do governo.
O filósofo e professor José Gil afirma, em entrevista ao PÚBLICO, que o «ministério da Educação "virou todos contra todos". E diz que a relação afectiva entre professor e aluno foi substituída pelo desprezo deste para com o primeiro.» Por outras palavras, a desvalorização social do docente faz com que o aluno desvalorize as propostas de aprendizagem, nas salas de aulas.
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, apelou aos professores para «não permitir um quadro de maioria absoluta numa próxima legislatura.» Este apelo tem vindo a gerar polémica nós últimos tempos, já que tem sido lido como partidarização da luta dos professores.
Ontem, no Funchal, Mário Nogueira, na tomada de posse dos novos corpos gerentes do Sindicato dos Professores da Madeira, referiu que a «maioria absoluta não é ilegítima», mas que é mau quando caminha no sentido da «arrogância» e do «autoritarismo».
"O que não é legítimo é que as lutas sindicais sejam instrumentalizadas em favor dos interesses partidários. Quando alguns sindicalistas mostram maior interesse pelos resultados das eleições do que pelos interesses dos seus associados, eu quero dizer que isto não prestigia o sindicalismo português", acusou Sócrates ao comentar as imagens da manifestação dos professores que se realizou esta tarde em Lisboa. Para o líder socialista, "os sindicatos não devem ser correias de transmissão de nenhum partido político".
Por outro lado, perante a presença de alguns dirigentes partidários na manifestação, o primeiro-ministro afirmou que, no Partido Socialista, «não instrumentalizamos lutas sindicais».
Francisco Louçã, um dos líderes partidários na manif, referiu que este governo não pode «ser convencido» e, por isso, tem de «ser vencido».
Outras saídas à rua:
8.Novembro.2008
8.Março.2008
5.Outubro.2006
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