Asfixia da democracia («asfixia democrática» no Continente segundo Manuela Ferreira Leite) ou défice de democracia («défice democrático» na Madeira segundo Mário Soares), venha o diabo e escolha.
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Manuela Ferreira Leite denunciou, numa entrevista na RTP1, a existência de uma «asfixia democrática» em Portugal continental, fruto da governação socialista.
Primeiro, como notou o meu amigo Roberto, não é correcto falar em «asfixia democrática», a não ser que se queira dizer que a asfixia é democrática. Talvez quis dizer «asfixia da democracia».
Seja como for, como ainda notou o referido amigo, podemos estar certos de que a asfixia da democracia está democraticamente espalhada e sentida. É preocupante que o vírus se alastre a todo o país.
Como bem nota André Escórcio no Com que então, parece que a líder nacional esquece os termos da vivência democrática numa parcela do território nacional governada há décadas por um poder absoluto (maioria absoluta) do seu próprio partido.
Mas, se a Madeira é acusada de mau exemplo, esse exemplo não justifica que o Governo da República o procure imitar de algum modo.
Resumindo, como já dissemos em Uns mais iguais do que os outros, mas iguais, poder é poder. E poder absoluto quer-se manter no poder absolutamente. É mais dado a certos tiques e manias de controlo porque fica inebriado e poder-dependente.
Moral da história: como diz a canção Poder de José Mário Branco [no álbum Resistir é Vencer, 2004], «poder/Quem o tem, tem ascendente/Poder/Quem o tem, faz-se valente/Bem usado/Mal usado/O poder é sempre prepotente.»
Em vésperas de eleições, é caso para dizer: venha o diabo e escolha.
A propósito:
Uns mais iguais do que os outros, mas iguais III
Uns mais iguais do que os outros, mas iguais II
Uns mais iguais do que os outros, mas iguais I (domínio absoluto)
Uns mais iguais do que os outros, mas iguais
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