Avanço do mar na Costa da Caparica
A respeito do, actualmente, muito mediatizado problema da costa na Caparica, o Farpas da Madeira recordou a questão dos recifes artificiais. Fazer com que a ondulação quebre mais distante relativamente à linha da costa, através de recifes artificiais submersos, para evitar que a energia das ondas seja descarregada sobre as praias, provoque erosão e consequente avanço do mar. Pode ser uma boa solução para certos casos, ainda por cima mais amiga do ambiente e da paisagem. O tradicional confronto com a ondulação através de estruturas de betão tem várias desvantagens, entre elas os custos de manutenção, durabilidade e agressão ambiental e paisagística.
Na Costa da Caparica, não fazemos ideia se tal hipótese foi ou está a ser ponderada. O que foi anunciado pelo Ministro do Ambiente vai no sentido de se colocar mais inertes (pedra e areia) na zona, na tentativa de criar uma barreira física capaz de suster a energia das ondas. Calculam-se que os custos ascendam a cerca de 50 milhões de euros.
Na Marina do Lugar de Baixo, optou-se, segundo o que foi divulgado há pouco pela Ponta Oeste, por construir uma gigantesca e massiva barreira de Antifers para defender o molhe principal da marina. Não foi divulgado o cálculo dos custos.
Na Madeira tem sido seguida uma política de defesa da costa através da colocação de estruturas de betão - quebra-mares -, na zona de rebentação, em directo confronto com o mar. E, pelos vistos, é para continuar essa metodologia ou política no litoral madeirense.
Aproveitamos para lembrar outros posts aqui escritos que dão mais pistas e links sobre o assunto:
Exemplo dado pela ASR Ltd no documento Multi-Porpuse Artificial Surfing Reefs
- Kerry Black, perito em questões costeiras, esteve na Madeira
- Cascais cria recife artificial para surf e protecção da costa
- Recifes artificiais e Marina do Lugar de Baixo
o problema da Costa da Caparica é relativamente facil de perceber conhecendo a zona, e ao contrario do que tentam fazer parecer a solução não é facil, não se resolve com apenas com mais pedra e areia, pois a natureza não é constante
ResponderEliminarquem conhece o local facilmente repara que o mar ja esteve em tempos mais dentro da costa do que está hoje, é ciclico, basta ver as escarpas a algumas centenas de metros atras da praia. alem disso uma boa parte da vila está ao nivel ou até mesmo abaixo do nivel das aguas do mar na maré alta e que tem sido protegida por um "dique" colocado na frente da praia
mais tarde ou mais cedo o mar volta a ir mais longe e o tal dique não é suficiente.
claro que a retirada de areias na zona da foz do Tejo piora a situação, mas tambem o fazem as costruções em cima das dunas e os quebramar feitos ao longo dos anos para manter a praia, tal como o dito dique.
as pessoas que hoje reclamam por obras que evitem que a agua invada a sua caravana, que por acaso está ali aos anos quando deveria estar apenas na epoca balnear deveriam pensar tambem nessa situação.
criar situações artificiais para evitar o inevitavel e beneficiar apenas alguns é torrar o dinheiro de todos nós, mais tarde ou mais cedo o problema volta a acontecer.
è a mentalidade de "tapar buracos", que cada vez mais se usa neste canto perdido da Europa e que faz com que o pais pareça um pobre esfarrapado que acabou de ser atropelado e está coberto de pensos rapidos.
na Madeira a politica acaba por ser a mesma, pois ao que parece, e por enquanto, ainda é Portugal, e apesar das barreiras de betão por ai feitas parecerem mais bem elaboradas e pensadas não passam de pequenos pensos rapidos, que resolvem parcialmente a questão, ficam feios que se farta e que se não forem bem colocados e mantidos podem esconder gangrena por baixo.
ao contrario do que culturamente o povo portugues julga temos ainda muito que aprender com os outros, o tradicional desenrascar portugues ja está mais que fora de moda e ja deviamos ter reparado que o bolo não é só a cobertura de açucar.
conheço o Jardim do Mar e a sua muralha de antifers, aceito que tenha trazido uma ou outra vantagem ao povo do jardim, mas é uma cobertura com açucar a mais e base a menos, não em quantidade mas em qualidade, não tarda muito e a cobertura vem abaixo.
recifes artificiais bem pensados, de forma ecologica e barata (sim, é possivel) e reforços de costa mais elaborados, eficazes e discretos, sim, acho que são a solução, mais pensos rapidos, caros e com pouca utilidade, não obrigado