Já tínhamos alertado para o jogo político em redor da apresentação da proposta do Estatuto da Carreira Docente da RAM: ECD Regional III (introdução a uma análise). Se havia dúvidas, elas clarificaram-se com a apresentação da segunda versão (a final) da proposta de ECDR no penúltimo dia, precisamente, da campanha eleitoral para as antecipadas regionais, com eco nos media nesse dia e no dia seguinte. Num governo em gestão e sem parlamento. Em política não há coincidências.
No dia seguinte, último dia da campanha, o SDPM (Sindicato dos Professores da Madeira) veio dar conta da sua satisfação face a esta nova versão do ECDR, nomeadamente por considerarem «não ter constrangimentos administrativos» (JM e Diário 05.05.2007) à progressão na carreira.
Consta que os sindicatos de professores foram convidados a estar presentes numa conferência de imprensa planeada por parte da tutela, na quinta-feira, mas recusaram, embora o SDPM tenha replicado o apoio ao ECDR no dia a seguir.
Nem os descontentamentos e ódios face às medidas e ao partido que sustenta o Governo da República devem toldar a razão dos sindicatos ou levar a que aceitem um ECD regional penalizador para os docentes. A tendência é, em tempo de crise, agarrar-se à primeira bóia de salvação que é atirada, perdendo-se espaço de manobra e poder negocial. Prudência. O ECDR parece não ser uma salvação do inferno e não se pode minorizar ou desvalorizar os aspectos que continuam a penalizar a profissão docente na proposta regional. A eles voltaremos nos próximos dias.
(nota: este post foi actualizado 5 Maio 20h)
Recorde-se sobre a anterior versão do ECDR:
ECD Regional VI (carreiras e comunicabilidade)
ECD Regional V (carreira é mesmo única?)
ECD Regional IV (representatividade sindical)
ECD Regional III (introdução a uma análise)
ECD Regional e Educação na RAM II
ECD Regional I
Sem comentários:
Enviar um comentário