Lago das Furnas, São Miguel photo copyright: Azores Web
A revista National Geographic Traveler elegeu o arquipélago dos Açores, em Portugal, como as segundas melhores ilhas do mundo, atrás das ilhas Faroé, na Dinamarca. No artigo Best Rated Islands são avaliados 111 destinos por 522 peritos em turismo sustentável.
Os itens avaliados foram a qualidade ambiental, a integridade social e cultural, condição da arquitectura, atracção estética e gestão do turismo e perspectivas futuras. E acima de tudo: o grau em que as ilhas ainda não se deixaram estragar pelo turismo de massas.
Os Açores obtêm 84 em 100 pontos, sendo definidos como "sítio paradisíaco, com construções bem conservadas, natureza respeitada e habitantes sofisticados, cuja maioria já viveu fora".
Os caprichos do clima "impedem" a massificação de turistas seduzidos "pelas montanhas vulcânicas, pelos vales verdejantes das Flores ou pelas baías da Terceira".
O arquipélago da Madeira surge em 70.º lugar, com 61 pontos. Apesar da reputação de turismo de alta qualidade, belos cenários, magníficos jardins, canais de água antigos, religiosidade marcante e o charme do fado, a Madeira sofreu com o desenvolvimento massivo da hotelaria e dos edifícios demasiado altos, referem os especialistas.
A realidade é que os Açores estão colocados, pela National Geographic Traveler, uma entidade de peso, no topo mundial do turismo sustentável. São eleitas como as segundas melhores ilhas do mundo para o turismo.
Afinal, aqueles que na Madeira têm dito que o rei vai nu não são meros velhos do Restelo... Há razões para alguns alertas ambientais e para a sustentatibilidade do turismo, base da economia da nossa ilha. Recorde-se: Equlíbrio?; «Natureza quase intacta da Madeira»; «No litoral é demais...»; Autenticidade antes do enterro; Natureza não é só serra e laurissilva; Em carne viva; Artificializar até a Madeira ser o que não é.
E quando nos lembramos de certas atitudes e fanfarronices... Madeira & Açores: evolução... que evolução?
"Os lugares mais apelativos do mundo – as ilhas – são as que estão mais susceptíveis à morte pelo turismo excessivo", alerta a revista, acrescentando que "o turismo pode ser um fenómeno que pode cozinhar a nossa comida ou queimar a nossa casa."
"Enquanto micro-mundos, as ilhas também são vulneráveis à pressão populacional, às mudanças climáticas, às intempéries, às espécies invasivas e agora, à morte pelo turismo excessivo". Para não falar na sofisticação excessiva, causadora de desiquilíbrios e destruição da sustentabilidade...
(Texto baseado, sobretudo, no Alma de Viajante, com sublinhados e comentários nossos)
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Eu não quero viver numa ilha que não tem desenvolvimento... E que seja pasto para vacas... Por exemplo as Aran Island aparecem também no topo da lista... E também não existe nada lá...
ResponderEliminarEu quero viver num lugar que tenha desenvolvimento... E que não esteja parado no tempo... Só por causa dos ambientalistas!
Viva
ResponderEliminarNão é uma questão de 8 ou 88. No equlíbrio está a virtude. E esse equilíbrio tem sido corrompido em vários casos na Madeira.
Proteger o ambiente e evitar a (desnecessária) degradação da paisagem não é incompatível com o progresso e o desenvolvimento com reflexo nas condições de vida das populações. Bem pelo contrário, saber proteger o ambiente é também sinónimo de desenvolvimento (sustentável).
Quer queiramos quer não, vivemos numa ilha cuja principal fonte de riqueza é o Turismo. Um turismo de qualidade, note-se. Que é exigente em termos ambientais e paisagísticos. Que vem à procura do exotismo e das belezas naturais autênticas. Sublinho a autenticidade.
É preciso não ceder ao desenvolvimento imediatista, em nome de dinheiro temporário e fácil, que trará prejuízos a médio e a longo prazo.
Até no PSD-M há vozes que alertam para a problemática, como Gilberto Teixeira ou Luís Filipe Malheiro, que dispensam mais comentários:
«Façam outro favor: não degradem a paisagem deslumbrante da Região. Se formos capazes de não estragar e preservar o que temos de mais valioso, jamais faltarão turistas à Região. Cuidem do ambiente, por favor… não conspurquem a paisagem com mais monstruosidades. Há vales que são um desafio à recuperação… Isto é mais importante que todas as “sociedades” ditas de promoção.»
(Gilberto Teixeira, Jornal da Madeira, 17 Agosto 2006)
«Não sei como querem desenvolver o turismo ou dar-lhe qualidade se, por exemplo, derem cabo da paisagem ou cederem à pressão dos interesses económicos, ao chamado encher a pança enquanto podem, protagonizado por indivíduos que se estão a borrifar para o que possa suceder ou não aos madeirenses».
LFM (Ultraperiferias 21 Março 2007:http://ultraperiferias.blogspot.com/2007/03/debate.html)
«Eu também acho que o investimento não deve ser travado. Mas o oportunismo deve ser combatido, tal como a ilegalidade, para não ser mais duro, não pode ser tolerada, doa a quem doer. Não podemos admitir que estraguem a paisagem da Madeira, uma terra de turismo que vive do equilíbrio paisagístico e que mais cedo ou mais tarde vai perceber que se não preservar a sua identidade, se não fomentar o turismo, voltará a ser uma terra de carências acentuadas, de frustração e de muitos dramas sociais. Não podemos tolerar abusos de alguns “barões” de pacotilha que se apoderam de tudo o que lhes apetece, não podemos deixar que alguns possam construir onde a outros é recusado fazê-lo.» LFM (Ultraperiferias 29 Março 2007:http://ultraperiferias.blogspot.com/2007/03/nota-aces-populares.html)
Saudações.