O Abrupto de José Pacheco Pereira continua a dar conta do debate e detalhes do Magalhães, nomeadamente questionando o uso de computador individual na sala de aula, no 1º ciclo do ensino básico, em termos de utilização pedagógica, sem estar contra o uso de computadores ou a literacia computacional.
Info incluir e permitir o acesso ao computador é, em si, positivo. Será o Magalhães a opção correcta? Não será mais uma operação de propaganda e agenda eleitoral do que uma (descrutinada e provada quanto às suas vitualidades) operação pedagógica correcta?
De quem são os computadores que estão a ser dados? Do Estado? Esta pergunta não teve resposta ainda. Do Estado não serão porque não houve concurso público. Não se sabe que arranjo existiu. E pouca gente parece importar-se em escrutinar isso.
Quem escolheu este computador e este programa? Quem está a custear os 200 milhões que custa o programa?
Em pleno inebriamento tecnológico, como se aí estivessem todas as soluções para os problemas do país, é difícil questionar as nuances mais obscuras e menos sustentadas do programa e-escolinhas face à bondade do objectivo de dar computadores às pessoas e, supostamente, salvá-las da iliteracia.
Trata-se do «fascínio pelo gadget: entrega-se o boneco, o brinquedo ou o computador e pensa-se que se muda a sociedade», sublinha o referido historiador.
Contudo, apesar de parecer uma heresia questionar um programa tão "bondoso", tão "perfeito", é importante que o debate aconteça e as perguntas sejam colocadas, para maior transparência.
O programa Quadratura do Círculo da SIC, em 26 de Setembro, também discutiu o Magalhães. Pode visionar aqui.
Após o programa da SIC, em que foram colocadas questões basilares, o Governo da República apressou-se a emitir um comunicado, cujos pormenores e respectiva desmontagem podem ser acedidos no Abrupto: opiniões dos leitores 4.
A discussão, como diz Pacheco Pereira, deveria ter existido antes da distribuição de computadores. Mas, isso de discutir não é para maiorias absolutas... «Os governos não existem para debater, existem para governar», disse António Costa, no referido programa televisivo.
O que é estranho, como nota um leitor do Abrupto, parafrasenado Pacheco Pereira, é que se apresente este Magalhães como parte do “processo tecnológico” sem concomitantemente se apresentarem estudos, factos, sem previamente se discutirem questões e posições que a todos interessariam. A todos, menos possivelmente ao Governo e, porventura, ao que estará por detrás dos Magalhães desta vida.
Abrupto:
Abrupto: opiniões dos leitores 1
Abrupto: opiniões dos leitores 2
Abrupto: opiniões dos leitores 3
Abrupto: opiniões dos leitores 4
Olho de Fogo:
Caso Magalhães 2
Caso Magalhães 1
Programa e-escola, o outro lado
Programa e-escola, que proveitos?
Ilusão de Sócrates
Imprensa:
-As perguntas que devem ser feitas sobre o Magalhães [José Pacheco Pereira]
-Em defesa do Magalhães [Manuel Carvalho]
-A propósito do Magalhães [João Marcelino]
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