Não bastam boas escolas, bons professores, famílias e sociedade empenhados e competentes - se o estudante não estuda, não trabalha, não se concentra, não tem disciplina nem é responsabilizado, nada funciona e os resultados escolares não surgem. O investimento não dá frutos. Recorde-se: Escola de velocidade nenhuma.
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Mais uma notícia (Diário 22.01.2010) a confirmar o que já se sabe e que as estatísticas teimam em confirmar ano após ano: a «Região tem as mais elevadas taxas de retenção e desistências no Ensino Básico e Secundário do país.»
O «valor da [taxa de retenção no Ensino Básico da] Região foi mesmo o mais elevado do país, correspondendo a quase o dobro da taxa média nacional (3,7%)», segundo os dados recentemente disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no estudo 50 anos de Estatísticas da Educação.
No que toca ao Ensino Secundário, «enquanto que ao nível nacional entre 1995/96 e 2007/8 houve uma diminuição do número de alunos com anos perdidos ou desistências, na Madeira a tendência foi exactamente a contrária aumentando de 23,6% (em 1995/96) para 26,6% (em 2007/8).»
Números que deveriam fazer soar os alarmes e provocar um repentina vontade política para agir de forma a contrariar esta realidade que se cristaliza.
Os 50 anos de Estatísticas da Educação do INE, divulgados em 20.01.2010, revelam que houve uma evolução muito grande, que é preciso valorizar, como também se verificou na Madeira, sobretudo no que toca ao acesso ao ensino: o número de crianças no pré-escolar cresceu 40 vezes e a taxa de escolaridade no ensino secundário escalou de 1,3% para 60%, no País. Estes dados são claros.
O desafio agora é dar o salto qualitativo e evoluir para um nível mais elevado de sucesso escolar. É preciso que uma sociedade que relativiza e desvaloriza o conhecimento receba sinais no sentido de mais exigência e mais investimento nas aprendizagens.
Para ajudar a compreender estes dados:
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o teu blog é uma perfeita miséria, porque é que ainda perdes tempo com isto? Não tens que fazer?
ResponderEliminarObrigado pelo comentário. São especialmente este tipo de comentários, sobretudo anónimos, que incentivam a continuar a escrever neste blogue, que faz parte dos meus afazeres diários. Quem me dera que todos fizessem aquilo que lhes cabe fazer... para poder dedicar-me, neste espaço online, a outros assuntos também importantes.
ResponderEliminarNota: agradeço a atenção merecida, mas quem não gosta não é obrigado a ler o Olho de Fogo.